terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Heartbreakers: «Não existe um tempo certo para fazermos aquilo que mais gostamos e nos preenche a alma»

terça-feira, dezembro 17, 2019 3 Comments

Rui e Marcos Nogueira são irmãos e dão vida à dupla “Heartbreakers”. A paixão pela música está-lhes no sangue e, segundo afirmam, este gosto incentivou-os a trabalhar todos os dias até chegar à “sonoridade perfeita”. O percurso começou cedo e, pelo caminho, registaram-se passagens por alguns concursos televisivos, sendo o último o The Voice Portugal, em 2015.
Quatro anos depois, a dupla lança o seu primeiro single. “Hora” apresenta uma reflexão sobre o percurso dos dois irmãos ao longo dos últimos anos, mencionando dificuldades, alegrias e momentos importantes para que, hoje, o sonho esteja a realizar-se.



Há dois anos falávamos após a vossa participação no The Voice Portugal. Hoje falamos porque o vosso trabalho deu frutos. Chegou, finalmente, a vossa “Hora”?

Este nosso tema "Hora" surge num momento de viragem das nossas vidas. Se ouvirem com atenção a letra e virem todas as cenas retratadas no videoclip, rapidamente se percebe que estamos a descrever todo este caminho que percorremos até chegar a esta nossa "Hora”. Isto passando pelos nossos momentos de infância, onde sonhámos com tudo isto que, hoje, estamos a viver, alguns momentos também de  "desconexão"... E, já no final, o realizar de um sonho: poder, então, apresentar este nosso trabalho a todos aqueles que sempre nos apoiaram e estiveram lá à espera deste momento, terminando o vídeo seguindo esta nossa "estrada" juntos!

Porque é que demorou tanto tempo?
Acreditamos que, na vida, tudo tem o seu momento certo para acontecer e, neste primeiro trabalho, não quisemos colocar nenhum tipo de pressão com datas e deadlines. É verdade que surgiram alguns altos e baixos durante esta nossa caminhada, o que levou a que demorasse algum tempo até ao lançamento deste trabalho, mas tudo fez parte. Fomos trabalhando todos os dias até chegar à sonoridade perfeita, até termos aquilo que sempre imaginamos pois, no final de contas, iria ser o nosso primeiro single, aquele que nos acompanhará ao longo da nossa carreira.

Acreditam que a vossa participação em vários programas de música ao longo dos últimos anos contribuiu para o que estão a alcançar atualmente?
Sem dúvida nenhuma que os programas pelos quais passamos fizeram-nos crescer muito enquanto artistas. Isto para não falar nas amizades e conhecimentos que fizemos no meio artístico, que nos proporcionaram a oportunidade de trabalharmos nos nossos temas e no lançamento do nosso primeiro original.

Como referiram, este single aborda o misto de emoções que vocês viveram até alcançar o vosso sonho. Acreditam que o público português está pronto para receber os Heartbreakers após tantos anos de espera?
Para nós, este momento significa não apenas um objetivo cumprido, mas um sentido de realização pessoal por todo o trabalho, dedicação e dificuldades que tivemos de enfrentar para chegar a este resultado final. À medida que os dias foram passando, rapidamente percebemos que o nosso sonho não tinha sido alcançado apenas por lançarmos o nosso primeiro single, mas por todo o apoio e mensagens que temos vindo a receber. Esse sim, é o sonho de qualquer artista: sentir-se apoiado por aqueles que o acompanham e se orgulham do resultado final.

Existe um tempo certo para vingar na área da música?
Não existe um tempo certo para fazermos aquilo que mais gostamos e nos preenche a alma. O mais importante é sentirmo-nos realizados e com a certeza de que conseguimos fazer chegar a mensagem a quem está do outro lado a ouvir-nos.



Como tem sido a recetividade por parte do público?

Não podíamos estar mais felizes com o feedback que temos recebido por parte do público. Tem sido fantástico todas as mensagens de carinho que temos recebido, todo o apoio e saber o quanto as pessoas estavam ansiosas por ouvir o nosso primeiro trabalho.
Mais gratificante ainda é saber que as pessoas querem mais e estão ansiosas pelo próximo lançamento.

Em 2017, diziam-nos que, aquando da vossa participação no Factor X, ficaram conhecidos como os “segundos Anjos”. Após o lançamento deste single, que referências musicais poderemos encontrar nos próximos originais?
A nível de referências musicais, temos sempre a preferência de referir a boa música e os excelentes artistas que temos cá em Portugal. Identificamo-nos muito com os Anjos não só pela qualidade e sucesso que têm vindo a demonstrar ao longo dos anos, mas, acima de tudo, pela cumplicidade que demonstram ao estar juntos nos seus projetos como irmãos. Tal como deles, também gostamos muito dos Calema pela sua história de vida e por mostrarem que, com trabalho e humildade, o reconhecimento e o sucesso acabam por aparecer. E, por último, a nossa grande referência, que dispensa apresentações, é o Diogo Piçarra. Além de um grande músico, é um grande ser humano. Todos estes artistas que referimos, por coincidência ou não, fizeram parte desta nossa “Hora” ao enviarem-nos vídeos de apoio.
  
Como se dá o processo de construção musical entre ambos?
Este processo, na verdade, é bastante simples, pois tudo se dá de uma forma bastante natural. Normalmente, começamos por escrever ideias soltas sobre determinado tema, depois juntamo-nos e tentamos adicionar a melodia que se enquadre melhor. Como temos os mesmos gostos no que diz respeito a sonoridades, acabamos por concordar facilmente com o resultado final.

Já estão a apostar em novos temas originais?
Claro! O público não para de nos pedir novos temas e nós estamos ansiosos por mostrar. Com o lançamento deste tema colocaram-nos a fasquia muito elevada e vamos fazer os possíveis para mantê-la assim com o que aí vem.

Para quando o lançamento de um disco?
Neste momento, esse não é o nosso principal foco. Estamos concentrados em trabalhar tema a tema para dar a conhecer o nosso projeto ao público. Deste modo, conseguimos ter um feedback mais pormenorizado do público sobre o trabalho que temos vindo a fazer.

Portanto, pretendem continuar a partir corações por Portugal fora...
Costuma-se dizer que o sonho comanda a vida. O lançamento deste nosso primeiro trabalho é a prova de que não basta só sonhar, é preciso ir à luta e, acima de tudo, nunca desistir. É com esse mesmo pensamento que esperamos, um dia, poder ser profissionais da música, fazendo aquilo que mais gostamos. E é com esse mesmo público português (e não só) que queremos poder continuar a contar. O apoio tem sido incrível e faremos tudo para que os Heartbreakers possam pisar os grandes palcos do nosso país. 

Publicado em Jornal MiraOnline


sexta-feira, 22 de novembro de 2019

O eco do pensamento

sexta-feira, novembro 22, 2019 1 Comments



Viver em sociedade é, obviamente, partilhar a vida. Há uma série de características que todos temos em comum porque nos são inatas. O facto de pensarmos é uma delas. É inevitável pensar mesmo que, por vezes, não queiramos. O pensamento faz parte de nós como um braço ou um pé.
Descartes defende que o pensamento é sinónimo de existência. Se eu “penso, logo existo” é inegável que refletir é inato ao ser humano. Não há forma de impedir que isso aconteça no nosso cérebro... ou de bloquear pensamentos. E é uma tão grande verdade que já todos tivemos aquele momento em que gostávamos de carregar num botão e desligar o nosso cérebro para impedir que certos pensamentos nos invadissem; ou nos tirassem o sono; ou nos trouxessem para a realidade.

Há quem afirme que pensar faz mal. Mas quando? Quando os pensamentos ecoam na nossa mente nos limitam. Quando nos fazem sentir mal. Quando nos tentam dizer que não vale a pena ir em frente e nos travam. Quando, acima de tudo, nós deixamos que eles nos parem. Quando lhes damos ouvidos em circunstâncias em que eles não nos dizem nada de positivo. Quando decidimos ficar sozinhos com eles. Sem mais nada ou ninguém. É aí que pensar faz mal.

Se Descartes afirmava que para existir temos de pensar é incrível concluir que, por vezes, são os pensamentos que impedem a nossa existência. Há dias, meses e anos em que eles ecoam na nossa mente e não querem sair sussurrando palavras mórbidas que nos fazem acreditar que não somos suficientes, que o amanhã pode não ser o que queremos que seja e que a positividade não existe. É nestas alturas que o botão desligar seria a solução ideal. No entanto, na falta dele, basta contrariá-los. Como contrariamos o nosso pai ou a nossa mãe quando não queremos arrumar o quarto.

Afirmarmo-nos perante os nossos pensamentos é devolvermo-nos à nossa existência. Ter controlo sobre nós. Ouvir mil e uma vezes aquele eco e saber definir qual é o que nos vai ajudar e, pelo contrário, qual nos vai destruir. Quando conseguirmos lidar com os nossos pensamentos e aniquilar os que nos fazem mal, aí sim, existiremos. E, nessa altura, existir será o ponto de partida para tudo o resto.

Publicado em Repórter Sombra

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Dar valor

segunda-feira, outubro 28, 2019 5 Comments


Dar valor. Na vida, tudo se resume a isto. Dar valor à família, a um amigo, ao amor que nos enche a alma ou, simplesmente, a momentos. Valorizar cada instante que temos nesta aventura que, um dia, terminará. E nenhum de nós quer partir com um sentimento de culpa por não ter estado quando devia estar ou não ter aproveitado quando a oportunidade surgiu.

Aos 24 anos, uma das frases que mais ouvi ao longo desta minha passagem pela vida foi “só damos valor quando perdemos”. Ouvi este quase provérbio na infância, na pré-adolescência, na dita adolescência e, agora, na fase adulta. Ouvi-a da boca de jovens, de adultos e de idosos. De pessoas com e sem instrução. De empregados e desempregados. No fundo, de toda a gente. Já toda a gente, em algum momento, disse ou ouviu esta tão conhecida frase.

Cresci habituada a refletir sobre o que me rodeia e, ao longo destes anos, tenho pensado sobre este “damos valor quando perdemos”. Quando criança, - como qualquer criança que diz tudo o que pensa -, afirmava “se as pessoas sabem que só dão valor quando perdem, porque se deixam perder para dar valor?”. E aquela frase que, dita por uma menina, parecia confusa, hoje, aos 24 anos, parece-me fazer todo o sentido. Porque é que todos proferimos esta frase mas raramente fazemos alguma coisa para a mudar?

Certo é que o primeiro passo para alterarmos alguma coisa está em identificarmos a origem do problema. Ora, a origem do problema aqui já está identificada. É dedicarmos pouco tempo ao outro. Acreditarmos que cada um de nós tem a sua vida. Quando, na verdade, dependemos todos uns dos outros. Dependemos de abraços, de sorrisos, de noites passadas à lareira a contar histórias e de palavras que nos caem no ouvido e nos emocionam quando ditas pelos que amamos. Mas pouco fazemos para saborear cada um destes momentos.

Percebemos que esta é a origem do problema quando, ao questionarem-nos sobre “e se hoje fosse o teu último dia de vida?”, respondemos sempre da mesma forma: diria que amo a quem amo, abraçaria quem sempre quis abraçar, pediria desculpas aos que magoei. O que não nos passa pela cabeça é que, no segundo a seguir a respondermos a esta pergunta, podemos realmente partir para outro sítio. Um sítio que não sabemos se existe. E não fazemos nada do que gostaríamos de fazer “se este fosse o nosso último dia de vida”.

Sabendo de tudo isto porque é que, durante 24 anos, ouvi sempre a mesma história? Porque é que continuamos a precisar de perder para valorizar o que quer que seja? Provavelmente porque somos todos egoístas. Porque sabemos como isto pode terminar mas preferimos acreditar que não. Porque teimamos em enganar-nos a nós próprios acreditando que há sempre tempo. Que podemos abraçar amanhã, encontrar aquele sorriso um dia destes, contar histórias à lareira no inverno seguinte e ouvir o que os que nos amam têm para nos dizer quando tivermos um minuto livre na nossa agenda preenchida por tudo e por nada ao mesmo tempo.

Mas a novidade que não é novidade alguma é: não há tempo. Enquanto escrevo este texto, há filhos a perder os pais. Pais a perder os filhos. Avós a partirem sem verem os netos há meses ou até anos. Mas a culpa é de tudo menos do tempo. O tempo corre sem que se possa controlar. Todavia, nós decidimos o que fazemos com ele. Talvez a nossa falta de tempo está em insistirmos que temos tempo a mais para pensar, dizer e mostrar. Até ao dia em que, na verdade, o tempo acaba. A vida ensina e talvez o maior ensinamento que ela nos dá seja aquele a que, curiosamente, damos menos valor: valorizar antes de perder.


Publicado em Repórter Sombra

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Sérgio Godinho: «Para que este fevereiro dure para sempre, basta que os leitores não o esqueçam»

segunda-feira, julho 22, 2019 6 Comments

Sérgio Godinho é um apaixonado pela literatura. Nascido em Figueiró dos Vinhos, foi esta a localidade que despertou o seu interesse pelas palavras e que, em 2010, lhe deu o primeiro lugar no concurso de escrita “A minha melhor história em inglês”.
Ao 19 anos, iniciou o curso de psicologia, na Universidade do Minho (UM), em Braga. Curso que serviu de inspiração à criação do novo livro Vita Apparatus –um romance sobre a luta da mente humana, que conta a história de um personagem que decide ativar um clone seu, anteriormente adormecido na máquina da vida.
“O romance sobre fevereiro que durará para sempre” é da autoria de Sérgio Godinho que, gentilmente, contou tudo ao Repórter Sombra sobre o nascimento deste livro. 


Sérgio, o que pode fazer este fevereiro durar para sempre?
Uma estória passa a pertencer ao público assim que é editada. Por isso, para que este fevereiro dure para sempre, basta que os leitores não o esqueçam. Que espalhem a palavra.

Em que é que se baseia esta máquina da vida de que fala no seu livro?
Se o que estás a escrever não tem a mínima hipótese de se tornar o melhor que já escreveste, recomeça. Creio que é esse o meu lema. Quando comecei Vita Apparatus queria criar a melhor obra que já tinha escrito até então. Não sei se o atingi. Eu penso que sim, caso contrário nunca o teria editado. A Máquina da Vida foi o ponto de partida. A vida a nascer por vontade do Homem. De súbito, uma figura divina entre mortais. Pareceu-me um bom ponto de partida.

O Sérgio tem 26 anos. Se pensamos que ainda é jovem, ficamos ainda mais surpresos quando percebemos que, aos 17 anos, venceu um concurso de escrita. Quando e como surgiu este gosto por transpor histórias para o papel?
A arte não deve ser uma competição. Livros não devem ser escritos para ganhar prémios. Estórias que nascem para satisfazer júris não têm outro propósito.
Comecei a escrever estórias quando tinha 15 anos. Fi-lo de uma forma descomprometida. Era apenas um jovem a fazer algo que gostava. Nunca pensei em editar. Alguns jovens formam bandas. Outros gostam de experiências científicas. Eu gostava de escrever estórias.

Há muitos escritores que dizem que escrevem mais por necessidade do que por vontade. É o seu caso?
A minha vida é simples: se não estou a escrever, estou a pensar em escrever.
Penso que um escritor deve ser como um maestro. Tudo o que é escrito deve estar preparado para causar uma reação no público. Fazer parte de um todo. É isso que me fascina na escrita: o poder das letras. Se consigo imaginar uma vida sem escrita? Consigo. Também consigo imaginar um mar sem qualquer peixe. Ambos os cenários são igualmente terríveis.

E prefere escrever mais sobre si ou sobre aquilo que o rodeia?
Gosto de escrever sobre o que ainda ninguém viu. “Ficção especulativa” é como Margaret Atwood lhe chama. Creio não existir nome melhor. Sou um eterno fascinado pelo “e se…”.


Apesar deste gosto pela escrita, estudou psicologia, o que é curioso tendo em conta que este seu livro explora a mente humana. A psicologia foi uma ajuda para o escrever?
A psicologia foi a origem. Sem a minha formação académica, este livro nunca existiria. Conhecer um pouco melhor os caminhos da mente humana é uma ajuda para a escrita. Sempre que falo da minha formação académica com amigos, faço questão de referir que psicologia é o curso perfeito para quem quer escrever. Todas as estórias têm algo vital em comum: pessoas.

Acredita que o sítio onde crescemos influencia o nosso modo de ver a vida?
O local onde crescemos e as experiências que vivemos moldam a nossa forma de ver o mundo. Não é uma opinião. É um facto. Tento ter isso em conta quando construo personagens. Se uma personagem tem alguma opinião forte sobre algo, essa conceção deverá ter raízes fortes. Ou seja, para construir personagens multidimensionais, temos que construir um passado forte. Sem isso, não há presente que lhe valha.

É difícil ser-se um autor independente em Portugal? Porquê?
Ser um autor independente em Portugal é uma loucura. Não tem outro nome. Não dá dinheiro. Não dá reconhecimento. Poucas pessoas compram livros. Menos ainda são os que os lêem. Alguns dizem que leram, mas não o fizeram. Grande parte dos leitores critica o nome do personagem, a casa onde vivem e até as flores que metemos no quintal. E, enquanto isso acontece, os escritores independentes preferem acotovelar-se uns aos outros, na tentativa de chegar a um cume literário imaginário, ignorando que somos a salvação uns dos outros. Em Portugal, pelo menos, somos todos loucos. Queremos viver das letras num país que não gosta do seu sabor.

O que o levou a optar por esse caminho?
A receita para criar um escritor independente em Portugal é fácil de decorar. Basta pegar num sonhador, tirar-lhe o bom senso e colocar-lhe um computador à frente.

Se pudesse ativar um clone seu para lidar com uma parte da sua vida, para onde o encaminharia?
Eu nunca o ativaria.


Publicado em Repórter Sombra

quinta-feira, 18 de julho de 2019

ADN: «O teatro é dar e receber. É um jogo como um passar da bola entre nós no palco e o público na plateia»

quinta-feira, julho 18, 2019 4 Comments

A Companhia de Teatro ADN dedica-se à criação. Com sede em Coimbra, os ADN criaram uma proposta com o objetivo não de levar as pessoas ao teatro, mas de levar o teatro às pessoas. Deste modo, todos os espetáculos são preparados de forma a poderem ser levados a diferentes espaços físicos, promovendo uma maior aproximação com o público.
Escolas, salas de espetáculo, bibliotecas, lares, instituições e festas temáticas são alguns dos locais onde é possível encontrar esta companhia de teatro.
A companhia ADN caracteriza-se como “um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas do talento”. Em entrevista ao Repórter Sombra, Filipe Lima (ator, diretor artístico, encenador e produtor da ADN), falou sobre este projeto.


“O teatro não se repete. Em cada representação, nasce uma nova personagem”. É isto que se passa quando a vossa companhia entra em palco? 
Surgem sempre aquelas "borboletas na barriga" quando entramos em palco, seja ele qual for ou onde for. Por muitos espetáculos que façamos, o público e o espetáculo em si serão sempre diferentes, nós mesmos enquanto atores e/ou personagens, seremos sempre diferentes. Nenhum espetáculo é comparável, nenhum espetáculo é igual. O espetáculo e os atores mantêm-se sempre numa constante procura de algo mais, em fazer melhor a cada atuação, em procurar mais do seu "eu" pessoal e do seu "eu" enquanto personagem. O público alimenta-nos enquanto personagens e nós alimentamos dessa mesma matéria, enquanto atores, as personagens. O teatro é dar e receber. É um jogo, como um passar da bola entre nós no palco e o público na plateia. Das reações que essa "bola" traz nós retornamos com uma nova reação. Nunca se sabe qual será essa mesma reação. Estamos sempre de ouvidos e olhos bem abertos. Antes de entrar em cena dizemos “Ação-reação! Com energia!" e é essa energia que se torna o “alimento” neste contacto entre ator/personagem e o público.

A ADN de Palco foi fundada em Dezembro de 2017. É ainda recente. Como é que tem sido a aceitação por parte do público?
A ADN de Palco é um projeto recente mas que se tem tornado muito intenso. Sentimos que temos crescido e evoluído muito enquanto empreendedores, profissionais na área e claro, como jovens e seres humanos. Sabíamos, por tanto que se planeou e projetou, que não poderíamos esperar menos, mas a verdade é que a reação da aceitação do público tem-nos surpreendido imenso. Tem sido deveras um feedback positivo, seja da parte das crianças como dos adultos, da parte de quem nos acolhe, professores, investidores, produtores, contratadores, entre outros.
Ainda estamos a crescer, é um facto. Mas o público que se tem mantido estável e presente, assistindo muitas vezes mais do que uma vez aos espetáculos, tem dado um feedback positivo e de encorajamento. O que nos faz acreditar cada vez mais neste projeto. Tudo isto nos deixa gratos e satisfeitos com este projeto que não é só nosso, mas de todos. Pois o teatro faz-se do coletivo sendo ele atores, equipa e público. Isto é tudo graças ao nosso público, a pensar neles, com o objetivo de tornar a nossa sociedade uma sociedade melhor, mais culta, mais humana e com mais adesão a estes projetos sejam eles recentes ou não.
Somos uma companhia recente, mas que pensa e projeta um grande futuro. E sem o público lá, nada faz sentido, eles fazem-nos acreditar e sonhar . Fazendo com que no final de cada espetáculo, nos deitemos nas nossas camas com o pensamento de missão cumprida e de coração cheio.

Numa fase em que se fala tanto na falta de apoio à cultura é preciso ser-se corajoso para fundar uma companhia de teatro?
Não importa ser corajoso, importa sonhar e ser ambicioso. Sabíamos, desde o início quais eram os prós e os contras com este projeto. Sabíamos minimamente quais as dificuldades que iriamos ter de ultrapassar. O sonho e a vontade eram maiores, e como ambos (Eu e a Teresa Roxo) não estávamos a ter sucesso na procura de trabalho profissional na área, devido à lastimável condição das companhias de teatro atualmente, decidimos arriscar neste projeto e ir em busca das nossas próprias oportunidades lutando, assim, contra toda essa inquietação para ultrapassar esta "crise" que se encontra o teatro em Portugal. Até à data, a ADN de Palco não conta com quaisquer tipo de apoios e/ou patrocínios, somos uma companhia ainda autossustentável onde nós somos os investidores de cada projeto. Juntou-se à direção, o Diogo Carvalho, também encenador e diretor de outros projetos da ADN e este também acredita que podemos crescer muito como companhia profissional e que temos muito ainda para alcançar. Contamos, futuramente, em solicitar apoios e patrocínios, mas está sempre presente na nossa cabeça que o "não" será sempre garantido, e temos as nossas estratégias para contornar a situação, como fizemos até hoje.

E quando se arrisca a trazer algo novo ao público, o que é que se tem em mente?
Em mente temos esse mesmo elemento "O público". O nosso lema é "fazer espetáculos para crianças a pensar nos adultos". Primeiramente, queremos que o espetáculo seja sempre facilmente adaptável e acessível a todas as pessoas e idades, que mantenha a sua itinerância, que seja diferente do que já foi feito, que surpreenda o público e que o mesmo sinta a nossa "evolução" e a nossa "revolução". Evolução pois mantemo-nos sempre à procura de algo novo, melhor, irreverente, diferente, surpreendente, com novos materiais, novas técnicas, mais investimento, entre outros de maneira a que se torne notável uma evolução no nosso trabalho. Revolução acontece pois quem faz do teatro uma revolução são as pessoas, o público. A nossa intenção enquanto atores e seres-humanos, é que a cada novo projeto seja revolucionário teatralmente e emocionalmente. Portanto ficamos imensamente gratos por podermos ter a oportunidade de mudar para melhor a vida de alguém, isso para nós é uma revolução! São esses os dois lemas que temos em mente a cada novo desafio e prometemos continuar a evoluir e a revolucionar a cada novo projeto.  


Vocês costumam deslocar-se a qualquer local para poderem dar o vosso espetáculo. O teatro é vivido de outra forma quando é ele a ir ao encontro do público e não o contrário?
Como foi referido anteriormente por vós “O teatro não se repete. Em cada representação, nasce uma nova personagem”. Com isto, nasce, também uma nova representação, um novo espetáculo seja nesse encontro com o público ou quando este vem ao nosso encontro. O que importa para nós, realmente, é que nos encontremos. É nesse encontro que acontece a magia do teatro. Quando vamos a uma escola, é natural que se percam alguns elementos dos nossos espetáculos, como as luzes, o panejamento, entre outros elementos que existem num auditório normal. Mas acreditamos que o público nem pensa na falta desses elementos. A cada novo projeto da ADN, tentamos sempre melhorar a sua itinerância de maneira a que consigamos levar sempre o "grande" espetáculo a todos os sítios e que nada falte ou falhe. O público merece essa atenção. Mas concluímos que nesta arte, o que importa é que realmente se "viva" o teatro, de todas as formas possíveis e imaginárias. Que surja esse "encontro" e que as pessoas saiam a pensar, a sonhar e a questionar-se daquilo que acabaram de assistir.

E qual é o melhor público?
Todos os públicos são um bom público. Basta a sua presença para nos deixarem já de coração cheio. Um público infantil é sempre algo mais desafiante pois nunca sabemos quais serão as suas reações e muitas vezes as crianças tiram-nos o "tapete". As crianças são espontâneas e a sua reação é sempre verdadeira e conseguimos ter mais retorno em feedback sobre o nosso trabalho. Um público misto, familiar, é para nós muito importante. É essencial os pais acompanharem os filhos ao teatro e viveram essa experiencia em família. O nosso slogan é "Espetáculos feitos para crianças a pensar nos adultos", e se ambos estiveram lá, melhor ainda. Conseguimos ter imensas reações, imensas mensagens que se passam e que retornam para nós que estamos no palco. Acreditamos que um público misto seja mais mágico e que torna o nosso projeto mais completo.

Vocês têm uma programação especialmente dedicada às crianças e, recentemente, estiveram em cena com a peça “Menina do Mar – O Musical”. Que feedback têm recebido por parte das crianças e das escolas?
Este projeto, surge como comemoração do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen. A obra foi adaptada ao teatro musical numa versão didática e mágica dedicada à infância que nos leva até ao misterioso universo do Mar no imaginário de Sophia de Mello Breyner Andresen. É um espetáculo que faz reflexões sobre temas importantes: a saudade, a amizade, o sonho, o medo, a alegria, o imaginário, a Terra, o Mar, as estações do ano, a poluição, a reciclagem, entre outros e sentimos que as crianças e os adultos conseguem entender cada mensagem e a importância de cada um desses temas devido às suas reações no decorrer do espetáculo e no seu a pós. Temos sido parabenizados pela atenção que temos em cada projeto com as crianças e de para além do fator "entretenimento" tentarmos sempre passar algo educativo e emotivo às crianças (e aos adultos!). As críticas têm sido muito positivas e há pessoas que já assistiram mais do que uma vez ao espetáculo. Recebemos muitas vezes mensagens a dizer que os filhos sonharam com algumas personagens da história, o que nos deixa sensibilizados e de sorriso no rosto. O público intitula que é "O melhor espetáculo da ADN de Palco" e que o projeto é um espetáculo divertido e sensível, adoram as divertidas personagens e os seus figurinos coloridos, assim como o "fator surpresa" do cenário. Dizem, também, que saem do auditório "mais sábios, mais humanos". A nosso ver, é um espetáculo que ficará para sempre na memória de crianças e adultos!

“Um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas do talento”. É assim que vocês se definem. Como surgiu a oportunidade deste composto orgânico se juntar?
Em Dezembro de 2017, eu tive a ideia de fazer o Principezinho- O Musical- devido à experiência vivida na companhia profissional de teatro infantil TEATROESFERA. Não conhecia pessoalmente a Teresa Roxo, mas era fã do seu trabalho em palco. Então, entrei em contacto com a mesma para a desafiar com este projeto. Esta aceitou, produzimos todo o espetáculo, selecionando por casting os atores que cumpriam o requisito desse mesmo "composto orgânico" para, assim, estrear em Março. Todo o processo foi feito de maneira mais profissional possível, mesmo sem saber que se tornaria mais tarde uma companhia profissional. Depois de estrear, o feedback foi mais que positivo e imensas pessoas acreditavam que o projeto teria futuro. Como ambos não estavam a ter sucesso na procura de trabalho profissional na área decidimos investir e acreditar neste projeto como um futuro estável na nossa carreira. Posto isto, decidimos tornar o projeto oficialmente profissional, arriscar em novas produções, contratar novos elementos profissionalizados na área e temo-nos mantido sempre à procura de novos compostos orgânicos que complementam este "ADN de Palco" que temos presente.

Sentem que têm deixado, de facto, o vosso ADN em todos os palcos por onde têm passado?
Em respostas anteriores, meio que já conseguimos responder a esta pergunta. Comecemos pela escolha do nome "ADN de Palco"- ADN é uma parte de nós e PALCO é onde se baseia a nossa vida. Posto isto, acreditamos que a resposta seja um "sim", avaliando todo o feedback das pessoas que viram e de todos os palcos que pisámos. Felizmente, temos conseguido manter um público estável, que nos acompanha sempre a cada nova produção, e estreia após estreia temos tido presente sempre uma lotação maior e melhor. Os espetáculos têm esgotado quase sempre. As entidades contratadoras, querem contratar os nossos serviços novamente e novas entidades entram em contacto connosco. As pessoas falam connosco, acompanham-nos, abraçam-nos e agradecem-nos. Este projeto só é possível graças a tudo isso, e é por isso que continuamos nesta luta, a querer fazer mais, melhor e diferente. Queremos continuar a desafiar-nos, a nós e ao público, a encantar e encher de magia cada palco e/ou escola que passamos partilhando sempre este ADN que acreditamos que é "sentido" por cada espectador em cada espaço que vamos. 

 Entrevista publicada em Repórter Sombra.



terça-feira, 11 de junho de 2019

Vamos fazer o que nos faz feliz

terça-feira, junho 11, 2019 4 Comments
D.R.

Sempre que aprendemos a fazer algo novo, nasce um sentimento diferente dentro de nós. Quando o fazemos bem, não conseguimos conter uma imensa felicidade que invade o nosso corpo em forma de adrenalina. E ainda bem, porque não devemos nunca deixar de fazer o que nos faz feliz.

Viver em sociedade é viver num círculo onde todos dependemos uns dos outros, por isso, é fundamental sabermos aprender uns com os outros, de modo a evoluirmos enquanto seres humanos. Assim, sempre que aprendemos algo novo é inevitável que haja um crescimento tanto a nível pessoal como profissional. O que é difícil de explicar é o sentimento que nos invade quando isso acontece. Quando fazemos bem algo que fazemos pela primeira vez é como se renascessemos um bocadinho. Cresce em nós um sentimento que nos aumenta a auto-estima. É nessa altura que percebemos que estamos felizes.

A felicidade é o que nos move. Vivemos uma vida inteira em experimentações na esperança de chegar a uma conclusão: como posso ser feliz? Há quem encontre respostas mais cedo. Há quem as descubra mais tarde. Mas o objetivo é comum: viver para solucionar este mistério que é a felicidade.
Nunca duvidei que a felicidade é o centro de tudo. Pessoas felizes são capazes de mudar o mundo. Pessoas infelizes tornam o mundo mais amargo. Por isso, essa busca pelo que nos faz feliz não pode nunca parar. Porque quando perdemos a felicidade, perdemos um bocadinho de nós. Perdemos, acima de tudo, a capacidade de contribuir para um futuro risonho.

É por estes motivos que acredito que quando aprendemos a fazer algo novo e percebemos que somos bons a fazê-lo, a felicidade nos invade. Porque sentirmo-nos úteis e realizados é, provavelmente, o que nos faz mais feliz. Sentir que somos importantes; que estamos aqui para fazer a diferença; que nenhuma outra pessoa faria tão bem aquilo que estamos a fazer; que somos extremamente necessários... No fundo, sentir que somos únicos é o que nos faz mais feliz. Porque nos leva a acreditar que não estamos a viver uma vida por acaso ou só por viver.

Há quem leve uma vida inteira a cumprir “obrigações”. A tentar descobrir a felicidade porque esta nunca lhes bateu à porta. Por vezes, o segredo é simplesmente largar tudo para fazer o que nos faz feliz. Lutar por aquilo em que acreditamos e em que somos realmente bons. Ao fazermos o que nos realiza vamos, automaticamente, fazê-lo bem e seremos, certamente, muito mais felizes. Vamos fazer o que nos faz feliz.

Publicado em Repórter Sombra.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Inteligência emocional: aprender com o outro

quarta-feira, abril 10, 2019 4 Comments



A inteligência emocional caracteriza-se pela capacidade de reconhecermos e avaliarmos os nossos sentimentos e os dos outros e, posteriormente, lidar com eles. Assim, há quem tenha uma inteligência emocional alta e, em contrapartida, há quem não a consiga desenvolver completamente.

Para Goleman, este conceito é o maior responsável pelo sucesso ou insucesso do ser humano. Isto porque, por exemplo, em situações profissionais o relacionamento entre as pessoas é crucial e uma pessoa com uma maior inteligência emocional tem mais chances de ser bem sucedida. No entanto, no mesmo local de trabalho podemos encontrar indivíduos com níveis de inteligência emocional diferentes e, nesse caso, a comunicação é essencial para encontrar um ponto de equilíbrio. Mas para que essa comunicação seja eficaz é necessário percebermos quando é que alguém tem uma inteligência emocional baixa para sabermos como lidar com isso.

Normalmente, as pessoas com uma inteligência emocional baixa têm dificuldade em relacionar-se com o outro. Não entendem como é que ele se sente; consideram-no muito sensível e/ou não sabem lidar com emoções fortes. Assim, parte do trabalho parte do outro: do que sabe relacionar-se com os demais, do que compreende, do que tem a sensibilidade. Porque a verdade é que, se o outro tem uma inteligência emocional apurada vai conseguir colocar-se no lugar do que não a tem e ajudá-lo a desenvolvê-la da melhor forma possível. Deste modo, trabalhar com alguém com uma baixa inteligência emocional pode tornar-se mais fácil se aprendermos a não discutir um problema por muito tempo, a criticar em privado e, acima de tudo, a tentar compreender a história de vida do nosso colega. As vivências e o passado são, sem dúvida, as coisas que mais influenciam o nosso modo de agir e de ver o que nos rodeia.

Concluindo, o bom funcionamento de um local de trabalho depende da relação entre as pessoas que lá trabalham. Portanto, é crucial colocarmo-nos no lugar do outro, tentar perceber as suas frustrações, medos ou inseguranças e, acima de tudo, mostrarmos interesse em conhecer a sua história. Todos precisamos de sentir que somos precisos no lugar onde estamos.

Publicado em Repórter Sombra.



terça-feira, 26 de março de 2019

Urban Tales renascem em novo álbum

terça-feira, março 26, 2019 1 Comments

Depois de 7 anos sem produzir álbuns, os Urban Tales estão de volta com Reborn- um disco composto por 16 faixas que explora vários estilos musicais desde o rock ao acústico e do metal ao pop.
Reborn é um álbum cantado em português e inglês e conta com a participação de vários convidados, entre eles, Loren Dayle, Vítor Espadinha, Sofia Pires e Mariana Azevedo.



Vocês surgem enquanto banda em 2005. No entanto, nos últimos 7 anos não produziram nenhum álbum. Porquê esta espera?

Nos últimos anos, estive mais envolvido em trabalhar com outras bandas através da minha empresa de produção de áudio (MR Diffusion) e também porque, depois do segundo álbum (“Loneline still is the friend”), quis mudar de som e, nessa pesquisa, levei algum tempo a saber por que caminho ia.

7 anos depois surge, então, o “Reborn”. Tendo em conta que, neste período de tempo, a própria música em Portugal sofreu algumas alterações, que preocupações tiveram na elaboração deste álbum que não teriam há 7 anos atrás?
Nenhumas, no sentido em que não me segui pelo que se ouvia ou o que se fazia naquele momento. Tentei fazer o que sentia e o som que mais gosto/oiço. A minha preocupação foi fazer algo verdadeiro e como um álbum conceptual (história do início ao fim), que houvesse um fio condutor durante todo o álbum.

Qual é o vosso objetivo ao apostarem, agora, em estilos diferentes?
Que as próprias músicas tivessem uma dinâmica diferente entre elas e, claro, pelo gosto pessoal, visto que todos eles são músicos que gosto e sigo.

Este álbum é cantado em inglês e português. Porquê esta aposta?
Desde o segundo álbum que já tinha essa intenção. Gosto e oiço todo o tipo de música, seja em português ou inglês. Era algo natural de acontecer...

Para além da variedade de línguas, também surgem diversos convidados. Hoje em dia é importante essa colaboração com outros músicos para alcançar novos públicos?
Se for importante para a própria música, então acho que vale a pena. Eu escolhi os músicos do álbum, porque gosto genuinamente do trabalho deles. Então é um grande orgulho tê-los tido neste álbum. Não escolhi ninguém pelo motivo de chamar desta forma mais atenção ao próprio álbum.

Reborn” foi lançado digitalmente em Outubro. Como tem sido o feedback desde então?
Bastante bom. Desde os singles lançados que alcançaram o top iTunes em Portugal e Espanha ao facto de termos ido a várias televisões apresentar as mesmas e de termos tido uma forte aceitação das rádios às novas músicas. Os próprios ouvintes aceitaram o novo trabalho melhor do que esperava.

E como é que estão em termos de concertos?
Estamos abertos a convites. Se forem interessantes, os Urban Tales poderão voltar aos palcos.

Sentem que, de facto, a vossa música renasceu com este álbum?
Sem dúvida, basta ouvir em termos sonoros e talvez ainda vá mudar mais num futuro próximo...A ver...


Publicado em: Repórter Sombra.

domingo, 24 de março de 2019

Portugal dos Pequenitos (Coimbra)

domingo, março 24, 2019 2 Comments


Estou desde o final do ano passado para partilhar convosco a minha aventura pelo Portugal dos Pequenitos, em Coimbra. É um dos sítios que mais gosto e, talvez por isso, tenha demorado um bocadinho mais a fazer este post porque não queria "fazer a despachar". É importante para mim mostrar-vos a importância deste lugar e, acima de tudo, o quão bonito é.
Desde que comecei a estudar em Coimbra, visitar o Portugal dos Pequenitos sempre foi um dos meus objetivos. Já lá tinha ido quando era pequena mas, como é óbvio, não guardo qualquer memória desse momento e sempre tive curiosidade de ver como era aquele mundo. Passei várias vezes lá à porta, mas nunca entrei por falta de tempo ou de outra coisa qualquer. Mas dava sempre uma espreitadela lá para dentro e o pouco que via aguçava ainda mais a minha curiosidade. 
No final do ano passado, finalmente, consegui concretizar este meu objetivo. Eu e uma amiga ficámos lá dentro durante horas a fio para aproveitar ao máximo esta experiência e não nos arrependemos nada!



Como devem calcular, fotografei tudo e mais alguma coisa (não vou colocar aqui as fotografias todas caso contrário não saímos daqui :p) e ainda hoje tenho a tentação de ir ao álbum de fotos ver tudo porque sinto saudades. Dizem que é aos lugares que nos deixam saudades que devemos voltar e este é, certamente, um deles. Um dia, quando for mãe, vou querer muito lá regressar. 



Claro que, neste post, não posso deixar de vos contar um bocadinho da história deste lugar incrível. 
O Portugal dos Pequenitos foi inaugurado a 8 de junho de 1940 e é um parque lúdico-pedagógico direcionado, principalmente, às crianças. Desde 1959, é património da Fundação Bissaya Barreto e, até aos dias de hoje, é um dos lugares mais referenciados por todas as gerações. 
No Portugal dos Pequenitos, cruzam-se diversas culturas e diferentes povos. E, na minha opinião, esse é o seu maior encanto. Saímos de Portugal nunca saindo dele e isso é extraordinário. Conhecemos a história de outros países, as suas conquistas e o seu modo de viver. E, no final, percebemos que somos todos diferentes e todos iguais. 
Para perceberem melhor o encanto deste sítio, vou deixar aqui em baixo várias fotografias que fui tirando ao longo da visita. 



















Para quem ficou interessado em fazer uma visita ao Portugal dos Pequenitos e quer saber mais informações sobre o local só tem de clicar aqui. Serão redirecionados para o site onde estão reunidas todas as informações sobre os horários da visita, os preços e a própria história do local para irem o mais preparados possível. Espero que tenham gostado desta nova viagem e que fiquem a aguardar pelas que se seguem! :)


Gostaram desta sugestão de visita?
Já lá foram? Que outros locais recomendariam em Coimbra?





Até logo, Diamond!

Obrigada pela visita!
Volta Sempre :)