quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Quando foi a última vez que conversaste com alguém?

quinta-feira, dezembro 20, 2018 5 Comments
Vais na rua. Cruzas-te com o João. Era teu colega no secundário e falavam durante horas a fio. Dizes “olá, tudo bem?”, mas nem esperas pela resposta. Segues caminho porque sabes que já ninguém responde ao “tudo bem?”. Ficamos só pelo “olá”.

Conversar parece já ter ficado fora de moda. Hoje em dia, falamos. Falamos como se falar fosse o suficiente. Mas não é. Falar é sinónimo de verbalizar. Deixar sair palavras da boca. Palavras que podem transformar-se em histórias que o outro não vai ouvir. “Papá, hoje fiz um desenho novo na escola”. “Boa, filho”. Sem diálogo. Damos “parabéns”, dizemos “obrigado”, “bom dia” e “até amanhã”. Perguntamos como correu o dia (de vez em quando) mas, metade das vezes, nem ouvimos a resposta porque estamos a pensar no que vamos fazer a seguir. No fundo, esquecemo-nos do outro. Porque já não sabemos o que é conversar. Esse conversar que é mais do que perguntar se está tudo bem ou como correu o dia.
Para muitos de nós, esta distinção já nem sequer existe. Acreditamos que o “estive a falar com a Andreia” significa que estivemos lá de corpo e alma. Mas não. Não é a mesma coisa. Conversar implica um friozinho na barriga. Aquele friozinho que te dá prazer por sentires que alguém te está a prestar atenção. Que ouve cada sílaba tua. Que pergunta. Que partilha as suas histórias contigo. Partilha. É esse o verdadeiro sentido da palavra “conversar”. Partilhar histórias, segredos e ambições. Sair do cinema e debater o cinema que viram juntos. Estar no teatro e dar as mãos naquela cena arrepiante ou ir às compras e não conseguir escolher nada porque se perderam a partilhar a história daquele arroz que ficou colado na panela na noite anterior. Isto é conversar.
E, se tiveres preguiça de ler este texto até ao fim –afinal, nunca temos tempo para nada- eu resumo-te o que significa conversar, numa frase. É encontrares o João na rua, parares, dizeres “olá, tudo bem?” e esperares pela resposta. O resto proporciona-se. É assim que a conversa surge. Não a percas.


Publicado em: Repórter Sombra.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Um batom também é comunicação

segunda-feira, dezembro 17, 2018 1 Comments
Olá, internautas! Depois de uns meses longe deste cantinho por motivos académicos/profissionais estou de volta! Espero que voltem comigo porque, daqui para a frente, vai haver muitas surpresas boas aqui no blog. A começar por este post. Em colaboração com a Fixando  (uma plataforma que está presente em 14 países e com a qual fico muito feliz por colaborar) venho falar-vos de comunicação. 

Como mestranda em Jornalismo e Comunicação, sei que o que fazemos influencia a forma como comunicamos e somos percecionados pelas outras pessoas. Os nossos gestos, a posição dos braços em relação ao corpo, as cores que vestimos, a maquilhagem que usamos... Todos estes aspetos enviam uma mensagem a quem nos vê e/ou nos ouve. Um bom exemplo disso é a forma como a roupa, a maquilhagem e a postura das mulheres na política é absolutamente escrutinada por todos os meios de comunicação e pelo grande público.



Ainda se lembram quando a Hillary foi candidata à presidência dos EUA? Todos tentavam decifrar os significados das cores dos pantsuits que usava. Mais recentemente, escreveram-se dezenas de artigos sobre o que Melania Trump estava a tentar dizer com a blusa pussy-bow - e, mais recentemente, com o seu infame casaco. Claro, estamos a falar dos Estados Unidos. Mas é um exemplo que mostra bem a importância destes aspetos. A nível presidencial, tudo é comunicação.


Não é preciso rumar até aos Estados Unidos para perceber que nem tudo é o que parece - e que quase tudo pode ser usado como uma forma de comunicação. A rainha Letizia de Espanha apareceu recentemente a levar as filhas à escola com um outfit absolutamente comum e, ainda mais importante, de “cara lavada”. Vista de longe, parecia não ter maquilhagem nenhuma. As revistas que se dedicaram a uma análise mais profunda das imagens garantem que tinha lip gloss e iluminador nas bochechas para ficar com um aspeto natural, mas não cansado e sem cor.

O objetivo? Julgo que seria mostrar que é uma mãe absolutamente normal, como todas as outras mães espanholas. Para poder comunicar também normalidade depois dos escândalos em que a casa real se tem visto envolvida. Uma encenação pensada à medida, em que até abriu a janela do carro um pouco mais do que o habitual (para ser fotografada, garantem os seus inimigos). O certo é que a rainha teve muito trabalho só para, ironicamente, parecer natural.

Com isto, quero dizer o quê? Se têm de se apresentar a uma entrevista de trabalho, fazer uma apresentação na faculdade ou empresa ou ir a uma festa formal em que vão ter dezenas de oportunidades para networking, pensem bem no que querem comunicar. Que imagem querem passar? Que características querem ressaltar? Depois, procurem a roupa, o calçado e as maquilhadoras para festas que vos assentam melhor. Isto porque, garanto-vos, tudo é comunicação.


Fiquem a conhecer melhor a Fixando aqui.


Até logo, Diamond!

Obrigada pela visita!
Volta Sempre :)