segunda-feira, 19 de junho de 2017

# Atualidade # Pedrógão Grande

Tragédia em Pedrógão Grande



Quando era pequena, achava que tinha imenso medo de morrer. Depois cresci e percebi que, na verdade, a morte nunca me assustou. O que assustava e ainda assusta é a morte dos outros. Perder os que amo e ver quem perde os que ama. Para mim, não há nada pior do que sentir a dor de ver partir alguém. 
Em Pedrógão Grande, perderam-se vidas. Umas, ainda mal tinha começado, Outras, deviam ter mais tempo. E o sofrimento estampado na cara das pessoas remeteu-me para quando eu era pequena e adormecia a chorar com medo de não ter os meus pais ao meu lado no dia seguinte. Felizmente, as pessoas que amo continuam aqui. Mas, talvez fruto da vida adulta, fui-me esquecendo disso com o tempo. A vida corre e nós achamos que somos imortais e que o abraço apertado dos nossos pais vai estar aqui sempre. E é quando acontecem coisas destas que nos lembramos que não. Tudo acaba. As pessoas partem e só fica a saudade. Perder alguém é sempre doloroso. O pior sentimento do mundo. Mas perder alguém nestas circunstâncias é simplesmente horrível. Injusto, completamente injusto. Nestas alturas não há mais nada a não ser um coração apertado e olhos húmidos. Porque todos sentimos um bocadinho a dor daqueles que perderam. Porque, no fundo, todos nós perdemos. 
Não sou muito apologista da frase "hoje és tu, amanhã posso ser eu". Não acho que devamos ajudar com o sentimento de que um dia podemos ser nós a precisar. Prefiro defender que temos o dever de ajudar simplesmente por existirmos. Porque o que acontece aos outros não deve nunca deixar-nos indiferentes. A vida humana é a maior dádiva de todas e, por isso mesmo, devemos lutar sempre uns pelos outros para que todos possamos levar um bocadinho de amor ao coração do outro. Infelizmente, não podemos trazer de volta aqueles que foram levados pelo calor das chamas, mas podemos confortar, nem que seja por um bocadinho, o coração dos que ficaram. Lembro-me de, um dia, estar a ver um filme que mostrava um coração negro, a dor levou todo o vermelho. Como por magia, ao mais pequeno ato de amor, o coração foi voltando a recuperar a cor, a pouco e pouco. Bem, todos dizemos que a vida não é como nos filmes mas a verdade é que às vezes é. Há coisas horríveis que também acontecem na vida real e coisas boas que se concretizam também. E eu acredito que todos juntos somos capazes de devolver a cor a um coração manchado pela dor. 
Por isso, e com o coração apertado, vos peço que ajudem. Ajudem os bombeiros, ajudem todas aquelas pessoas. Há imensas partilhas nas redes sociais com informações sobre o que todos podemos fazer para ajudar. Nunca pensem que é pouco, porque o pouco é muito nestas ocasiões. Chegou a altura de usarmos o poder da internet e das redes sociais para uma causa realmente importante e que merece chegar ao máximo de pessoas possível. 
A todas as famílias e bombeiros envolvidos nesta enorme tragédia: FORÇA e CORAGEM! Os super heróis não são aqueles que admiramos nos filmes, são vocês.



10 comentários:

Até logo, Diamond!

Obrigada pela visita!
Volta Sempre :)