Opinião: «Age Of Adelaine»

The Age Of Adelaine é um drama romântico lançado em 2015, que conta com a participação de Blake Lively, Michiel Huisman, Kathy Baker e Amanda Crew.

O filme conta-nos a história de Adelaine, uma mulher de 29 anos que nasceu no século XX. Adelaine tinha uma vida aparentemente perfeita. Era casada e tinha uma filha. Mas, um dia o seu marido acaba por falecer deixando-a apenas com a sua filha. 

Numa noite em que voltava a casa para junto da sua filha, Adelaine sofre um acidente de viação que traz consigo uma consequência bastante cruel -a eternidade. Adelaine fica completamente privada de envelhecer, tem de mudar várias vezes de identidade -já que aparenta sempre ter 29 anos- e, com o passar dos anos, a sua filha torna-se mais velha, o que a leva a ter de fingir que ela é que é a filha e não o contrário. Esta situação torna-se ainda mais complicada quando Adelaine se apaixona e tem de mentir ao homem que ama para que ele não descubra o seu segredo. O que ela não estava à espera é que, num dia em que vai conhecer os pais do seu amado, iria descobrir que o pai dele foi seu namorado há 40 anos atrás. Isto pode vir a trazer-lhe problemas já que, esse homem, a reconhece imediatamente mas não consegue perceber o que é que se passou para, 40 anos depois, Adelaine estar exatamente igual. Será que Adelaine vai conseguir ser feliz com o seu amor? Ou a eternidade vai destruir qualquer hipótese de ela ser feliz?

Confesso que o filme me fez pensar bastante. Sempre que me falam de eternidade dou sempre a mesma resposta "não". Detestava que a vida fosse eterna porque, por mais que eu ame viver, não teria tanta piada. A piada da vida está em saber que um dia ela vai acabar e até lá temos de ir superando os desafios para conseguirmos realizar todos os nossos sonhos antes de sermos levados para outro mundo. Se fossemos eternos, provavelmente não íamos dar tanta atenção a coisas simples. Se, sendo a vida finita, nós já valorizamos pouco coisas tão simples como um almoço em família, como íamos valorizar sabendo que a vida era eterna?

Acho que nunca me identifiquei tanto com um pensamento de uma personagem como neste filme. Adelaine só queria envelhecer e morrer; deixar de ser eterna. E, no lugar dela, eu ia querer exatamente o mesmo porque o belo da vida é passar por todas as suas fases: nascer, crescer, envelhecer e morrer.

Só assim faz sentido e só assim podemos desfrutar, de uma forma muito mais verdadeira, esta aventura.