sexta-feira, 10 de agosto de 2018

# Bem-Estar # Lifestyle

Regras: objetivo ou castigo?


Dizem que as regras são para cumprir. E têm razão. Se não existissem regras e todos fizessemos o que nos viesse à cabeça, a sociedade seria uma verdadeira barafunda. Mas também há quem defenda que as regras existem para ser quebradas. De vez em quando, também é preciso. E é esta contradição entre cumprir e não cumprir que faz a sociedade avançar.
As regras foram criadas para manter a ordem numa sociedade. Quando criamos regras, o objetivo é cuidar/proteger alguma coisa e educar quem as segue. Há quem as respeite, há quem prefira quebrá-las. Mas, no fundo, há momentos em que quebrá-las é legítimo. Há momentos das nossas vidas em que sentimos que as regras criadas não foram as mais adequadas a determinadas situações. E, por esse motivo, é legítimo que manifestemos a nossa opinião e lutemos pela mudança, mesmo que isso implique quebrar uma ou outra regra. Mas não só. Quando se trata da vida humana e daqueles que amamos, esquecemos as regras. Quebramos tudo o que houver para quebrar porque, no fim, o amor é a coisa mais sem regra que existe. E é esse mesmo amor o maior motivo para infringirmos qualquer imposição.
Por outro lado, as regras são muitas vezes entendidas como uma arma para a educação. A prova disso são os pais. Um pai ou uma mãe tem sempre de colocar regras aos seus filhos. “Não chegues depois desta hora” ou “não deixes os brinquedos por arrumar” e se, eventualmente, a criança não cumpre a regra que lhe é dada, então sofrerá as consequências (castigos). A isto chama-se preparação para o futuro. Uma geração ensina à outra a importância de seguir regras por saber que aquela criança que nasce vai conviver com elas para o resto da sua vida. E, se não as souber seguir, será punida por isso. No fundo, são estas imposições que nos são ensinadas desde que nascemos, que comandam a vida e permitem que ela seja minimamente organizada. Porque sem regras, nada faria sentido. Afinal, se assim somos individualistas, o que seríamos se elas não existissem?
Grande parte da população, cumpre as regras por recear o castigo. Tal como a criança que faz os trabalhos de casa por saber que, se não os fizer, não vai brincar a seguir. Desta forma, nem sempre respeitamos os limites da velocidade por zelarmos pelo nosso bem ou pelo do veículo ao lado. Às vezes, só o fazemos por temermos a consequência que surgirá se não o fizermos. A questão que fica no ar é “se as regras foram inventadas para proteger a sociedade, porque é que não as encaramos como um objetivo ao invés de um caminho para a punição?”


Publicado em: Repórter Sombra.

3 comentários:

  1. O segredo é encontrar o equilíbrio entre cumprir e não cumprir as regras; é aprender a analisar as circunstâncias para saber qual a opção que devemos seguir. Porque há casos em que é estritamente necessário cumprir e há outros em que devemos transpor o que é estipulado.
    Sinto que não encaramos as regras como um objetivo, muito pela maneira como são apresentadas. Essa mensagem implícita de punição acaba por não ser saudável, porque fazemos as coisas por medo e não porque tínhamos compreendido o verdadeiro propósito

    r: Concordo totalmente :)

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  2. Para haver boa convivência é preciso haver regras.

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  3. Li o título e pensei exatamente no ditado que colocaste como primeira frase deste artigo :'D
    As regras existem para manter a ordem nestas sociedades tão plurais, como disseste, mas estas são sempre elaboradas e aprovadas apenas por pessoas com certos ideais (nomeadamente políticos). Felizmente, nem todos pensamos da mesma forma e daí advém as transgressões e manifestações em relação a essas normas.
    Enfim...há normas e normas...há punições bem mais difíceis que outras.

    http://atualidadesbyclaudia.blogspot.com/

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