Há dias em que recuo uns
anos na vida e volto ao tempo em que era apenas uma criança. Nessa época,
acreditava que, todos juntos, podíamos mudar o mundo. Depois cresci e perdi um
pouco da ligação com ele.
Quando nascemos, ninguém
nos diz o que vamos enfrentar até ao fim da nossa vida. E se a partir do
momento que nascemos estamos a caminhar para a morte, fazemos de tudo para que
o tempo que aqui estamos valha a pena. No entanto, são muitos os obstáculos que
se colocam no nosso caminho. Desilusões, mágoas, tristezas, dificuldades,
doenças,... São muitas as situações que mexem com o nosso íntimo e,
consequentemente, com a nossa personalidade. Posteriormente, e como forma de
encontrar o trajeto que nos leve à felicidade que tanto desejamos alcançar,
tentamos resolver-nos. Procuramos encontrar-nos na enorme imensidão do nosso
ser e, por vezes, ao tentar encontrar-nos, perdemo-nos. Perdemo-nos do mundo,
do outro, da sociedade... E perdemo-nos de tal forma que mergulhamos no egoísmo
daquilo que queremos ser. Esquecemo-nos dos que são conosco. Daqueles que
partilham a nossa casa: o planeta.
Hoje, vivemos num mundo
muito centrado em nós mesmos. Eu sou um desses casos. A luta incessante pelo
que vamos ser amanhã, pelos sonhos que queremos realizar e pelos problemas que
temos de superar faz com que nos esqueçamos dos que nos rodeiam. “Cada um tem
os seus problemas”, a frase que ouvimos tantas vezes e que é a prova concreta
do nosso egoísmo. Todos temos a nossa individualidade, é um facto. Mas não será
muito mais fácil partilhá-la com os restantes? Afinal, a casa em que vivemos é
uma pequena parcela da enorme casa em que, realmente, habitamos. E essa casa
não só é partilhada com a nossa família, como com o restantes habitantes. Essa
casa é o planeta que habitamos. E se todos dividimos esse pequeno grande espaço
não deveríamos unir-nos num espírito de entreajuda e busca da individualidade e
coletividade de cada um?
A empatia é algo que se
conquista. E é isso que nos falta. Recuperar a empatia com o outro que há muito
perdemos. E, para isso, basta-nos acreditar. Acreditar que não somos ninguém se
estivermos sozinhos. E essa solidão pode facilmente esvair-se se largarmos o
egoísmo e abraçarmos a união. “Juntos somos mais fortes”, diziam os Amor
Electro. É esse o poder da música: dizer-nos a verdade da forma que mais
facilmente chega ao nosso coração. E é essa a solução para qualquer conflito:
ouvir. Oiçam o outro como ouvem a música: com o coração.
Publicado em Repórter Sombra.
Fiquei logo encantada com o título *.*
ResponderEliminarEnquanto sociedade, temos que aprender a viver menos focados na nossa bolha. Claro que é importante cuidarmos de nós, mas também é necessário percebermos que não estamos sozinhos, que há pessoas que precisam de nós e que podemos contribuir para o bem-estar de alguém, e até pode ser com um pequeno gesto.
Precisamos de levantar a cabeça e olhar mais para o lado.
r: Tem mesmo :)
Belo post.
ResponderEliminarThis post is so beautiful and true. I also think listening is very important to understanding someone else and getting inside their brain and feelings.
ResponderEliminarwww.fashionradi.com