Piruka, You Can’t Win, Charlie Brown, Blind Zero e Capitão Fausto estiveram presentes no segundo dia do Douro Rock, em Peso da Régua.
Os Capitão Fausto atuaram
pouco antes das 2h da manhã, mas o cansaço e o tempo de espera não prejudicaram
em nada o desempenho da banda de Lisboa. O Domingos, o Francisco, o Manuel, o
Salvador e o Tomás trouxeram uma boa dose de energia ao Douro Rock e não faltou quem vibrasse no público.
Algumas
horas antes do concerto, o Francisco esteve à conversa conosco, contou-nos as
suas expectativas para o concerto e falou-nos um pouco do percurso dos Capitão
Fausto.
Os Capitão Fausto estão a poucas
horas de atuar no Douro Rock. Quais
são as expectativas para logo à noite?
Francisco: Uma das expectativas é que esteja um bocado cansado e
ensonado, porque tocamos quase às 2h da manhã (risos). Confesso que preferia
que fosse um pouco mais cedo. Isso é uma das expectativas. A outra é que me vou
divertir muito. Acho que o festival ontem também correu bem, os nossos colegas
gostaram muito e, por isso, acho que se formos competentes vai ser muito fixe!
O vosso álbum mais recente chama-se Capitão Fausto Têm os Dias Contados mas
vocês têm tudo menos os dias contados porque este álbum tem sido um sucesso...
Francisco: Não me cabe a mim chamar-lhe isso (risos). No entanto,
estamos muito felizes com o ano que tivemos e que estamos a ter depois do
lançamento do disco! Acho que, na verdade, tanto nós como a banda temos os dias
contados, mas não são assim tantos como aparentam ser. Não vão ser assim tão
poucos dias. Espero eu que sejam milhares de dias.
Vocês entraram diretamente para o
primeiro lugar do top de vendas em Portugal...
Francisco: Sim. Curiosamente, isso até nem é uma coisa que seja
assim tão rara para qualquer artista nacional porque, normalmente, para
entrares para o top de vendas precisas de vender não muito discos. As pessoas
estão mais voltadas para ouvir as músicas em streaming e vendem-se poucos
discos hoje em dia, em geral. Então, quando o artista lança o disco e faz o
concerto de lançamento, normalmente, pelo menos uma semana ou duas, fica nos
tops. A grande dificuldade é aguentar-se lá. Nós não aguentámos muito tempo
(risos). Mas, felizmente, ganhámos muito mais ouvintes do que nos outros
discos. E estamos muito felizes!
A propósito dos outros discos. Este
disco é um bocadinho mais contido e dá mais importância à palavra. É mais
importante um vocalista transmitir uma determinada mensagem do que se limitar a
cantar bem?
Francisco: Ainda ontem me apontaram uma coisa que gostavam na
performance e nas letras do Tomás: tanto a escrever como a cantar, ele tem um
tom muito familiar, digamos assim. Embora as letras sejam muito bem escritas e
muito bem ordenadas, quando ele está a escrever parece que as letras são uma
coisa que dirias no dia a dia. E mesmo quando ele canta, ele não está a mostrar
que é um grande cantor. Resumindo, ele não dava um cantor de um programa
qualquer de talentos. Ele canta de uma maneira natural e muito na forma como é
a voz dele de falar e isso é das coisas que eu mais gosto nas vozes dos nossos
discos. Não é uma voz muito esforçada.
E achas que as pessoas se identificam
mais assim?
Francisco: Acho que sim! Há muita gente que, de facto, gosta de
uma voz mais esforçada e a dar o seu melhor, uma voz no topo e a chegar aos
tons mais agudos e graves. Mas acho que também há muita gente que se identifica
com este tipo de cantoria mais leve, mais aquele cantarolar... E nos concertos
aparecem algumas pessoas que estão lá a cantar à frente e que gostam disso.
Às vezes o simples cativa mais...
Francisco: Sim, claro que sim. Nós somos mais fãs do simples.
“Somos uma banda rock de Lisboa”.
Ainda se definem assim?
Francisco: Sim, porque tocamos música à volta desse género e
vivemos todos em Lisboa. É o sítio onde nascemos e onde vivemos.
Mas existe uma vontade de se
internacionalizarem?
Francisco: Existe! Aliás, existe tanta quanto existe vontade de
nacionalizar. Nós temos a vontade de tocar o máximo que conseguirmos e no máximo
de sítios que pudermos. Sim, é verdade que já percorremos bastante do país, mas
ainda não todo. Por exemplo, é a primeira vez que estamos em Peso da Régua. Já
estivemos em algumas zonas aqui à volta mas neste sítio específico é a primeira
vez. Mas claro que temos muito prazer em ir a qualquer sítio onde nos queiram
ouvir! Seja desde a Mongólia até à Croácia, se nos chamarem, nós vamos. Nós
queremos é tocar!
Ganhar um globo de ouro coloca algum
tipo de pressão em cima de vocês enquanto banda?
Francisco: Não, pressão não coloca. Põe-nos a nós se calhar nos
ouvidos de pessoas que não nos conheciam. Tenho quase a certeza que há pessoas
que viram a cerimónia e não nos conheciam de lado nenhum e, de facto, nunca
tínhamos chegado a essa audiência. Acho que foi muito bom chegarmos a mais
pessoas e se calhar houve muita gente que foi ouvir e não gostou mas também
houve muita gente que foi ouvir e, de facto, gostou mesmo. Penso que não fez
muita diferença para as pessoas que já nos ouviam, porque elas já gostavam de
nós. Mas foi positivo no geral.
Francisco, para terminar vou
perguntar-te o que é que nós podemos esperar dos Capitão Fausto logo à noite?
Francisco: Podem esperar um concerto bem ensaiado, com muita
genica, apesar do cansaço de ontem à noite (risos), e acho que vão ter o melhor
possível de nós. Vamos mesmo dar tudo.
E
deram tudo. A genica esteve lá. E o melhor dos Capitão Fausto também.
Encerraram a segunda edição do Douro Rock
da melhor forma possível: com uma boa dose de energia.
Confesso que não acompanho o trabalho, mas gostei imenso dos valores da banda!
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE
Ai como fazes para os entrevistares??
ResponderEliminarAdorei as perguntas!
Beijinhos
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Incríveis!
ResponderEliminarAdorei a entrevista :)
r: Muito obrigada, minha querida <3