No passado dia 11,
começou a segunda edição do festival Douro
Rock, em Peso da Régua.
Os Bed Legs foram os primeiros a entrar em palco. Energia foi a
palavra-chave deste concerto, onde faltou tudo menos rock! O Fernando (na voz),
o Tiago (na guitarra), o Hélder (no baixo), o David (na bateria) e o Leandro
(nas teclas) abriram o festival deste ano da melhor forma, levando o público ao
rubro. Uns saltavam, outros gritavam, outros observavam atentamente o
desempenho da banda formada em 2011.
Depois do espetáculo,
tivemos a oportunidade de estar à conversa com o Fernando e o Hélder, que nos
falaram um pouco do percurso da banda de Braga e do que sentiram ao atuar, pela
primeira vez, no Douro Rock.
Vocês
começaram, enquanto Bed Legs, em 2011. Já se passaram seis anos. O que é que sentem
que mudou no panorama musical em Portugal desde então?
Fernando:
Eu
acho que as coisas continuam muito parecidas. Há mais festivais, há mais
bandas, canta-se mais em português se calhar...
Hélder:
Apoia-se
mais as bandas portuguesas. Tem havido mais festivais e mais oportunidades.
Sendo
vocês uma banda mais recente, como é que se sentem a atuar, por exemplo, com os
GNR no mesmo festival? Eles que são uma banda mais antiga...
Fernando:
É
um espetáculo! Quer dizer que o nosso trabalho árduo deu frutos. Todas as
bandas que têm sucesso agora também começaram como nós e trabalharam arduamente
para chegar onde estão. E se nós estamos a tocar em palcos como estes, ao lado
destes artistas grandes, quer dizer que alguém da organização ou os media
reconheceram algum valor em nós.
Dizem
que são uma banda com um “som crú”. O que querem dizer com isso?
Fernando:
Queremos
dizer que é um som que sai da alma. Não é um som muito tratado. É um som de impacto
sem grandes ornamentos.
O
simples cativa mais...
Fernando:
Sim.
Não quer dizer que às vezes seja fácil, mas é um som que não tem muito
floreado. Às vezes até pode ser previsível, e acho que é um som que não foi
cozinhado, basicamente. Mas que sabe bem na mesma. É tipo sushi (risos).
Hélder:
Al
dente (risos).
Em
2016, os Bed Legs lançaram o Black
Bottle. Como é que este disco tem sido recebido pelo público: conseguiram
transmitir a mensagem que queriam?
Fernando:
Acho
que até conseguimos mais do que pensávamos conseguir!
Hélder:
Tem
quase dois anos e continuamos a tocar à custa desse cd. Mais este ano do que no
ano passado até, o que é uma coisa surpreendente. Temos a agenda preenchida.
E
tendo em conta esse sucesso, vocês já pensam no que vem a seguir ou preferem
viver um dia de cada vez?
Fernando:
As
duas coisas. Mas já estamos a planear! Estamos a planear e a fazer um novo
álbum, mas também não queremos ir com muita pressa. Queremos trabalhar melhor e
não fazer mais à pressa como fizemos no primeiro álbum. Se calhar queremos
experimentar mais. Testar novas paisagens, novas texturas e novos ambientes.
Nós
estamos aqui a conversar porque vocês acabaram de atuar no Douro Rock. O concerto correspondeu às expectativas?
Fernando:
Às vezes vamos tocar a sítios onde nos sentimos um bocado descontextualizados,
porque às vezes as bandas não são do mesmo estilo ou as pessoas, aparentemente,
parecem não estar muito naquele mundo. Mas, aqui, no Douro Rock é mesmo isso: rock! Vamos tocar o nosso estilo e as pessoas
que gostam de ouvir rock se calhar até vão curtir. As pessoas aderiram bem.
Vimos algumas ali à frente a saltar, pessoas lá atrás a verem (o concerto) com
atenção. Não foram embora, por isso acho que foi positivo (risos).
Depois do festival em Peso
da Régua, segue-se o Rock In Rua
(Arco de Baúlhe) e o Suave Fest (Guimarães).
Gostei bastante da entrevista!
ResponderEliminarBeijinhos
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