Cuca
Roseta é uma das vozes mais conhecidas do Fado da atualidade. O seu primeiro
disco foi produzido por um dos mais aclamados produtores do mundo –Gustavo Santaolalla,
o que lhe garantiu uma entrada neste mundo estrondosa.
No seu
segundo disco, Cuca optou por algo diferente mostrando o seu lado de
compositora. Desta forma, escreve a maior parte das músicas de “Raíz”, um
segundo disco bastante bem recebido pelo público. Mais tarde, edita “Riû” que
afirma ser “um lado positivo do Fado”. Com este disco, Cuca fez imensos
concertos não só em Portugal, mas no mundo.
Nesta
entrevista, Cuca Roseta fala-nos do seu percurso musical assim como do que
espera no futuro.
“Acho
que nasci para isto”. Quando é que se apercebeu que, de facto, nasceu para a
música?
Desde
pequena que toda a minha família era extremamente musical. Todos cantávamos
muito bem em minha casa, fazíamos teatros e o meu avô tocava piano. Sabia que
todos lá em casa tínhamos nascido para a música, mas nunca pensei que ela
passasse de hobbie a trabalho e vida.
Porquê
o Fado?
Porque o
Fado é a musica mais especial que existe, mais única, a voz de um país e de uma
cultura, declamação de poesia mais que mostrar a voz. Porque o fado é profundo,
nostálgico, romântico, intenso e sensível, como eu sou também.
Porque
é que o Fado “não deixa mentir”?
O Fado é
a verdade, a nossa verdade sobre aquilo que vivemos e sentimos, uma descrição
de uma vida pelo lado sentimental. O reviver das emoções que mais marcaram a
nossa vida, o partilhar de uma historia profunda.
Sente
saudades dos Toranja?
Nenhumas.
Os Toranja tiveram uma importância grande na minha vida aos 18 anos.
Introduziram-me no mundo da música, mostraram-me o caminho, mas a minha paixão
era, é e sempre será, o Fado.
Como
nasceu o disco “Cuca Roseta”?
Nasceu a
convite de um dos maiores produtores do mundo, Gustavo Santaolalla, muitíssimo
galardoado e entusiasmado para gravar comigo, não sei bem como. Mas foi ele que
me fez acreditar que o fado podia passar a ser uma dedicação de vida e não
apenas um escape ou uma paixão.
“Raíz”
permitiu-lhe mostrar a sua veia de compositora e letrista. Em que se inspirou
para construir este álbum?
Na minha
vida. Achei que os poemas e as músicas que cantava e contava não eram a minha
verdade total. Em busca da minha verdade total, de me cantar na minha pele,
comecei a escrever e a compor aquilo que sentia. E isso é o Fado: encontra-nos
a nós mesmos.
Durante
o Campeonato do Mundo teve a oportunidade de atuar, pela primeira vez, no
Brasil. Que importância isto teve na sua vida enquanto artista?
Já atuei
em muitos sítios no mundo que me marcaram profundamente. Manaus foi um dos
lugares que me marcou, associado à euforia portuguesa e à valorização da
cultura por causa dos jogos. Mas Goa, Al-Jadida, New York, Georgia, Lisboa e
Cracóvia, foram concertos que me marcaram ainda mais.
O
que nos pode dizer acerca do disco “Riû”?
Um lado
positivo do Fado, intenso mas com esperança. Sofrer sempre, pois não há como
evitar. Mas podemos escolher seguir em frente e agradecer ainda assim a vida,
ou queixarmo-nos e agarrarmo-nos ao lado negativo.
Eu sou uma mulher intensa,
melancólica, mas positiva e Riu é o meu Fado.
O
que sente ao poder levar o seu Fado, aliás, o nosso Fado ao estrangeiro?
É uma
benção ser embaixadora de Portugal no mundo, pois sou uma patriota, uma
apaixonada pela nossa cultura, pelo nosso país. E ver como o Fado toca as
pessoas que não entendem a nossa língua é arrepiante. O Fado é mais amado e
valorizado lá fora do que dentro do nosso próprio país. É mágico.
Para
terminar, o que podemos esperar da Cuca no futuro?
O que
Deus quiser. Agarro as oportunidades que Deus me dá, tento dar o meu melhor, ser
um bom instrumento do seu amor e da sua paz através da Arte e da música. Que eu
possa continuar a cantar por muitos anos.
Terminada esta entrevista
resta-me agradecer à Cuca por toda a sua disponibilidade e, acima de tudo, por
toda a simpatia demonstrada.
Uma artista fabulosa! Felizmente, já tive oportunidade a ouvir ao vivo e foi uma experiência inesquecível, porque é mesmo talentosa e sente-se a alma com que canta.
ResponderEliminarAdorei a entrevista
Adorei conhecer um pouco mais sobre ela
ResponderEliminarboa entrevista
Beijinhos
CantinhoDaSofia
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