Devia
ter uns dez anos quando comecei a sonhar em ser adulta e encontrar aquilo que
todos queremos... O amor. Anos mais tarde, ele apareceu, mas as coisas não são
um conto de fadas como parecem quando somos crianças...
Como
todas as crianças, cresci. Tornei-me naquilo que sempre quis ser: uma rapariga
determinada, com vontade de viver e de ser feliz. Sempre lutei por aquilo que
queria e nunca deixei que alguém me cortasse as asas, mas há coisas que nós não
conseguimos controlar. Chegou o derradeiro dia. O dia em que somos atacados
pelo “cupido”, pelas “borboletas”, ou pelo que quer que seja que lhe queiram
chamar. Já me tinham avisado que o amor é arrebatador, faz-nos ficar sem ar e
leva-nos a ser pessoas “idiotas”, no sentido mais positivo da palavra. O que
nunca me disseram foi que o amor cega, talvez porque isso eu teria de vir a
aprender sozinha.
Já
adulta, ali estava eu. A viver aquilo que sonhava desde criança. Uma história
de amor sem limites, com o meu próprio princípe encantado e substituindo o
cavalo branco por palavras e promessas futuras. Mas as promessas são só isso,
promessas. E porra, nunca me tinham dito que da mesma forma que o amor chega
sem avisar, também pode partir sem se despedir. Senti o pesadelo que tantas
outras mulheres já tinham sentido e que eu nunca pensei sentir, afinal, eu era
uma sortuda e nós íamos ser felizes para sempre, não era? Não, não era. E no
fim de contas, os sorrisos transformaram-se em lágrimas consecutivas. Aquela
criança que eu tinha sido nunca tinha chorado tanto, nem quando fazia birra por
não poder ter aquele brinquedo que sempre quis. Este choro era diferente, sabia
à primeira desilusão. A primeira. Exato, a primeira. Aquela da qual todos falam
mas da qual todos achamos conseguir escapar. Mas não conseguimos. Durante
meses, eu não fui capaz. Sofria em silêncio, fechada no quarto e isolada do
mundo. As minhas noites, que antes eram preenchidas por jogos em família ou
sessões de cinema, passaram a ser noites sombrias onde as lágrimas teimavam em
verter desde o cair da noite até ao dia seguinte. E isto foi-se prolongando.
Não durante dias mas durante meses. Meses a fio de dor constante e de um
sofrimento que nunca ia ter fim. Ou, pelo menos, achava eu.
Mas
como costumam dizer “depois da tempestade vem a bonança”, certo? É bem verdade.
Um dia, após ver aquele que tinha sido a causa do meu sofrimento feliz e cheio
de vontade de viver sem mim, decidi que tinha de ser CAPAZ de ultrapassar esta
fase menos má. Afinal o amor não mata, não é? Ele ensina a viver. E ensinou.
Sozinha, consegui deixar o meu quarto e atravessar o corredor para a sala onde
a minha família estava. Troquei as lágrimas por sorrisos que, ao início, eram
falsos mas que, com o passar do tempo, se tornaram verdadeiros. E aqueles meses
todos de dor passaram a ser uma aprendizagem. Uma aprendizagem que me mostrou
que eu sou capaz! Sou capaz de enfrentar esta e tantas outras desilusões
sozinha. Sou capaz de tudo! Porque com força, garra e luta, tudo é possível e
tudo se ultrapassa. E não, não deixei de acreditar no amor. Ao contrário do que
uma pessoa magoada normalmente pensa, eu nunca achei que o amor fosse “uma
merda”, porque não é. O amor é a coisa mais bonita que existe, principalmente o
amor que sentimos por nós próprios.
Um
dia alguém me disse que o meu primeiro desgosto amoroso me iria trazer uma
lição qualquer que, só quando a dor passasse, eu iria entender. E, hoje, acho
que já a consegui descobrir. Talvez eu tivesse de aprender a amar-me
incondicionalmente e não ser egoísta ao ponto de pedir a alguém que me amasse
por mim. Hoje, com vinte e um anos, afirmo com todo o orgulho que eu me amo!
Amo-me como nunca me amei antes e cada dia me amo mais. Por isso não pensem que
essa dor nunca vai passar, porque vai. E sabem porquê? Porque vocês são
Capazes!
Publicado em: Capazes
Que lindo texto e tens razão, primeiro sofre-se mas depois até agradecemos porque antes sofrer agora do que mais tarde, depois de muitos anos enganados ...
ResponderEliminarBeijinhos ...
Guloso qb
É bem no sentido de "viver pra aprender"...por mais que a gente leia por ai , nada se compara ao sentir na pele.
ResponderEliminarBjim...
blog Usei Hoje
O amor só agrega, nos ensina muito e principalmente a lição mais importante: como podemos esperar que alguém nos ame sem que ao menos nos amamos a nós mesmos? São tantas as lições... Creio que acima de tudo, acima dessa necessidade que temos de nos ver em outra pessoa, precisamos antes nos ver em nós mesmos, nos amarmos e percebemos que não deve haver um pedaço ausente e sim um pedaço que agregue o nosso ser, não um pedaço que preencha e sim um pedaço que transborde. O amor é mesmo a coisa mais linda que existe :D
ResponderEliminar_Abraçz
http://motivospelosquaisestoufelizhoje.blogspot.com.br
Sim, tens toda a razão linda... Antes de mais temos de gostar de nós próprios. Eu também fui aprendendo isso ao longo da vida porque antes pensava primeiro nos outros do que em mim... Beijinho ♥
ResponderEliminarhttp://www.style2beauty.com/
Texto maravilhoso amei, tenha uma semana abençoada.
ResponderEliminarBlog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Que lindo adorei
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita volta sempre adorei
Beijinhos
CantinhoDaSofia /Facebook
Temos Post novo
Obrigado meu anjo <3 Sendo assim já sabes como a tratar :D
ResponderEliminarComo te compreendo! Acho que o primeiro passo é aceitarmos como somos e gostarmos de nós pelos que também somos. Se isso estiver interiorizado, todo o resto é "resto" :)
NEW PERSONAL POST | My Hair Care Routine.
Instagram ∫ Facebook Oficial Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Que texto maravilhoso
ResponderEliminarhttp://retromaggie.blogspot.pt/