Não nascemos para ser de todos. Nascemos para ser de alguns
Cátia Barbosa
quarta-feira, abril 29, 2020
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Somos todos diferentes.
Todos temos as nossas cores, tamanhos e feitios. Temos coisas que adoramos e
outras que não suportamos. Todos somos únicos e é esse o encanto que cada um de
nós tem dentro de si: não haver mais ninguém igual.
É quando nos apercebemos
desta realidade que deixamos de nos importar com quem gosta ou não gosta de
nós. Nós somos assim, ponto. E por todos sermos diferentes, vão sempre existir
pessoas que não gostam de nós. Ou porque não usamos o estilo de roupa com que
elas se identificam ou porque temos características na nossa personalidade que
não vão ao encontro do que essas pessoas procuram. Faz parte. E ainda bem que
assim é.
O que não faz sentido, -
e grande parte das vezes fazemos -, é continuarmos a insistir em darmo-nos a
pessoas que não gostamos. Pediram-me que refletisse sobre isso. Sobre o porquê
de nos darmos com pessoas com as quais não nos identificamos. Depois de muito
puxar pela minha cabecinha, cheguei à conclusão de que todos temos as nossas
razões. Podemos não simpatizar com uma pessoa e darmo-nos com ela simplesmente
porque ela é importante para alguém que amamos.
Noutros casos, podemos apenas
ter uma personalidade que não nos deixa soltar daqueles que não queremos ter
perto.
No entanto, creio que há
um denominador comum relativamente a este assunto: nós não encaramos como
normal o facto de não gostarmos todos uns dos outros. Como se não gostar de
alguém fosse uma coisa completamente horrível quando não é. Faz tão parte da
vida como o céu ser azul e existirem estrelas.
No fundo, nós somos
pequenas peças e toda a gente sabe que as peças não se encaixam em qualquer
sítio. Cada peça tem um lugar que lhe pertence. Assim, quando perdemos tempo a
querer pertencer a todo o lado, podemos perder a hipótese de estar junto
daqueles onde, realmente, pertencemos. É uma questão de aceitação. Não nascemos
para ser de todos. Nascemos para ser de alguns.
Publicado em: Repórter Sombra.