Brincar é algo que faz
parte da natureza inata de cada criança. E não só. Se há coisa que nos faz
identificar com os restantes seres vivos são as brincadeiras.
Todos gostamos de brincar
sejamos nós crianças ou não. Mesmo quando somos adultos só não pegamos nas
barbies que estão na arrecadação e não jogamos à macaca porque “não é para a
nossa idade”. Eu acredito que não há uma idade para a brincadeira, afinal,
brincar é saudável e faz-nos felizes e, por isso, porque raio temos nós de
parar de brincar só porque nos tornamos adultos? O desafio para um adulto deve
ser manter a jovialidade dentro de si, afinal, todos temos em nós uma eterna
criança, certo? Na realidade, a questão que se coloca quando falamos de
“brincar” é a forma como muitos pais encaram isso no que diz respeito às suas
crianças. Infelizmente, há muitos pais que ainda não levam a sério a
“brincadeira”. Para eles, brincar é só isso, uma brincadeira, nada mais. E
depois ouvem-se comentários do género “para de ser criança, já não tens idade
para essas brincadeiras, és um homem e um homem não brinca” ou “a vida não é
brincar, deixa-te dessas coisas e cresce”. Sim, já ouvi muitos comentários
destes dos pais para os seus filhos e senti pena. Pena porque esses pais não
percebem que brincar é o que os torna adultos. Adultos saudáveis, ativos e
felizes, diria eu. Brincar é super importante no que diz respeito ao
crescimento e desenvolvimento de uma criança.
A verdade é que quando
vamos para a escola, começamos a desenvolver o nosso cérebro mais “a sério”.
Aprendemos a contar, a escrever o nosso nome e uma série de coisas que são o
início do nosso amadurecimento. E é isso que todos os pais procuram, que os
filhos sejam inteligentes e que absorvam tudo o que lhes é ensinado e para isso
não pode haver espaço para brincadeiras porque isso é uma distração.
Enganam-se. Há brincadeiras e brincadeiras. As brincadeiras de que aqui falo
não são as tardes passadas ao computador ou os jogos dos telemóveis. São
brincadeiras a sério. Infelizmente, já não se vêem muito porque a maior parte
dos pais só quer ver os seus filhos distraídos e ocupados e se para isso estes
estiverem agarrados a um computador, tudo bem. Não, não é isso que é saudável.
Saudável é jogar às escondidas. É saltar à corda ao ar livre, jogar futebol com
os amigos e fazer corridas. Saudável é cair ao andar de bicicleta e fazer
feridas nos joelhos depois de tanto rebolar pelo chão. É destas brincadeiras
que falo. Brincadeiras que levam os vossos filhos para fora de casa. Têm a
certeza que não contribuem para o desenvolvimento deles? Claro que sim! Não são
só “brincadeiras de miúdos”! Todas estas atividades fazem com que as crianças
se desenvolvam porque vão interagir com outras crianças, vão aprender que
quando caírem na vida vão ter de aprender a levantar-se sozinhos tal como
quando caem da bicicleta. Vão aprender que as feridas nos joelhos saram e que
as feridas que a vida lhes vai trazer no futuro vão sarar também. Vão aprender
que por mais que joguemos às escondidas acabamos sempre por ser encontrados e
que a vida funciona como cada brincadeira que eles têm. Enquanto são crianças
podem não entender. São apenas jogos. Mas quando começam a crescer começam a
relacionar essas brincadeiras com cada situação que lhes vai acontecendo na
vida e é aí que está o desenvolvimento.
Eu já fui criança, já
caí, já fiz feridas nos joelhos e já chorei por querer brincar mais na rua e
não poder porque estava na hora de ir dormir. Se isso me ajudou? Muito. Hoje
vivo a vida de acordo com as memórias que tenho da minha infância. Infância
essa que eu acho que se está a perder em prol dos computadores, dos telemóveis
e de todas essas tecnologias que incentivam as crianças a estar fechadas em
casa o dia todo. Se há coisa que a minha infância me ensinou é que brincar na
rua ensina-nos mais do que possamos imaginar, ensina-nos a defendermo-nos e a
protegermo-nos da vida. E se há coisa que vou fazer aos meus filhos é
incentivá-los a largar as tecnologias e a brincar “à moda antiga”, na rua, com uma
bola ou bicicleta, com carros telecomandados e trotinetes. Porque a infância é
tão bonita e nós só nos apercebemos quando crescemos. Por isso, pais, se estão
a ler isto, deixem as vossas crianças brincar. Não gritem se eles chegam a casa
todos sujos. Chegar a casa sujo é a melhor coisa que uma criança pode fazer e
sabem porquê? Porque significa que esteve a brincar. E quantas crianças hoje
não brincam. Mal elas sabem que a felicidade da vida está nas pequenas
brincadeiras e que ser adulto se torna tão aborrecido.
Publicado em: Repórter Sombra
É uma pena que as pessoas comecem a crescer e deixem de saber brincar!
ResponderEliminarCatia,
ResponderEliminarTive uma infância feliz. Vivi uma época em que não havia computadores e pude aproveitar o máximo.
Big Beijos,
Lulu
www.luluonthesky.com
Sou mesmo fã portanto vou ter mesmo de o encontrar :D
ResponderEliminarObrigado eu. Fico mesmo feliz por ter sido útil :D Qualquer dúvida que tenhas, já sabes :)
Concordo com o que escreves. À medida que se vai crescendo vá-se perdendo a inocência e, com isso, o saber-se brincar. Feliz daqueles que ainda conseguem manter uma réstia de criança no instinto deles. Por muito mais velhos que sejam!
NEW OUTFIT POST | Don’t Let Me Down.
Instagram ∫ Facebook Oficial Page ∫ Miguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D
Adoro brincar e adoro como escreves !
ResponderEliminarFiquei a seguir o blog.
Mil beijos, Trovoada dos Sonhos
é tão bom poder ser criança...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Adorei o post :) Muito originalidade* Beijinhos!
ResponderEliminarhttp://oliviawolfgang.blogspot.pt/ (Mudei o blog, visita e dá a tua opinião)
Oi, Cátia!
ResponderEliminarTexto muito bem escrito! Eu estava pesquisando hoje sobre a importância do brincar, e concordo com você, nossas crianças precisam brincar, criar... Deixar a tecnologia um pouco de lado, sem mencionar o quanto ela pode afetar o desenvolvimento da criança.
Beijos!
http://asassecretas.blogspot.com.br/