«E se a escola do namoro formasse profissionais em violência?» Este foi o tema da 2ª Edição deste seminário a que tive o prazer de assistir hoje. Ser estudante da Universidade Coimbra proporciona-nos assistir a este tipo de debates em que são abordados assuntos que, a meu ver, são importantes para todos. Assim sendo, e como a violência no namoro é um tema que me interessa bastante, não podia deixar de dar a minha opinião sobre ele.
Este tema
pode levar-nos para as mais variadas discussões mas a verdade é que não podemos
negar que a maior parte das pessoas não tem consciência do que é, realmente, a
violência. Violência não é só a nível físico (como pontapés ou murros), ela
também existe a nível psicológico, sexual e até mesmo económico. Forçar o/a nosso/a
companheiro/a a ter relações sexuais connosco é tão mau ou pior do que
bater-lhe. O que mais me choca é perceber que 3 em cada 10 rapazes acham normal
forçar a namorada a ter relações sexuais. Mas o mais preocupante é que 15% das
mulheres também pensam desta forma. Assim sendo, como é que é possível não
existir violência se a maior parte das pessoas não liga aos mais pequenos
sinais de que ela está a acontecer?
A verdade é
que a forma de violência mais frequente é a violência psicológica mas nem toda
a gente considera o facto de o seu parceiro de relação insultar, tentar afastar
da sociedade ou baixar-lhe a auto estima, uma forma de violência. Penso que
vivemos numa sociedade em que é, supostamente, normal o nosso namorado dizer “estás
gorda” ou “nem te atrevas a vestir essa saia”. Mas porque é que não nos
questionamos acerca de onde está a nossa liberdade? A partir do momento em que
alguém tenta mandar nas nossas ações, nos tenta afastar da sociedade, nos
impede de estar com os nossos amigos ou nos faz sentir mal pelo corpo que
temos, está automaticamente a viver a nossa vida por nós. E nós? O que passamos
a ser a partir desse momento? Pessoas submissas. É claro que ninguém quer isto
para a sua vida, é claro que todos queremos ser o mais livres possíveis e ter a
relação mais saudável possível. Mas para isso acontecer há que impor limites.
Há que controlar os ciúmes. Há que deixar de ler as mensagens que estão no
telemóvel da pessoa que está connosco. Há que deixar de lhe fazer um
interrogatório todas as vezes que ele sai sem nós. Não é preciso, nem saudável
sequer, um casal ter a palavra-passe do facebook um do outro. Aliás, penso que
isso não é prova de confiança nenhuma. E não me venham dizer “ah eu dei porque
não tenho nada a esconder” porque isso é ridículo. Não ter nada a esconder é
vivermos a nossa vida sem precisar de provar alguma coisa a alguém. A partir do
momento em que revelamos dados tão pessoais como uma senha ou deixamos ler as
mensagens que estão no nosso telemóvel não é “não ter segredos para com o/a
meu/minha namorado/namorada”, é abdicar um bocadinho da nossa liberdade. Acredito
plenamente que uma relação saudável não é aquela em que o casal sabe tudo
acerca um do outro. Uma relação saudável é aquela em que cada elemento do casal
partilha as suas histórias, amor, afetos mas que guarda a sua individualidade
para si. Porque nós não somos nada se não tivermos algo que seja somente nosso.
Algo que ninguém saiba. Algo que não seja partilhado com ninguém a não ser com
nós próprios.
Por tudo isto
e muito mais é bastante importante cada um de nós ter atenção e não nos
deixarmos tornar numa vítima ou num agressor. Porque relações como aquelas que
vemos em contos de fadas não existem. Este é o mundo real e, neste mundo, não
há espaço para a fantasia ou para a violência. Confiança, amor e espaço são
ingredientes fundamentais para que a relação funcione muito melhor.
O mal é mesmo não nos questionarmos sobre as coisas!
ResponderEliminarAdorei o post , não podemos ser vitimas da violência
ResponderEliminarBjs
Aquarela Pink