quarta-feira, 11 de novembro de 2015

# Ídolos # Luís Travassos

Luís Travassos: “Eu já oiço fado desde que me lembro de ouvir música.”

Como já sabem, eu e a Joana Veríssimo, do blog Upside Down fazemos alguns trabalhos para o jornal Miraonline. Desta vez aventurámos nas reportagens escritas. O primeiro protagonista deste novo projeto foi o Luís Travassos, ex-concorrente do programa Ídolos.
Fica, então, aqui a reportagem realizada por nós duas.

O jornal Miraonline dirigiu-se ao Diligência Bar e teve oportunidade de assistir ao concerto intimista de Luís Travassos. Com raízes no Baixo Mondego, o concorrente da 6ª edição do programa Ídolos falou-nos da sua aventura no programa da SIC e dos seus projetos musicais.
L Travassos
“Sempre ouvi música, os meus padrinhos e a minha família sempre me incentivaram a ouvir coisas mais antigas”, disse-nos o jovem artista que confessou não ter noção de como surgiu o seu gosto pela música. Denominando-se um autodidata, contou-nos como foi o seu primeiro contacto com os instrumentos musicais: “emprestaram-me uma guitarra e eu, sem saber como é que se tocava, fui aprendendo com várias pessoas” sublinhando a dificuldade existente na altura de ir simplesmente ao YouTube ver tutoriais. “Eu tenho uma formação em viola clássica, mas todos os instrumentos que toco, consigo tocar sempre um bocadinho estudando. Tenho ouvido absoluto, isto é, consigo pegar num piano, tocar uma nota, imaginar uma música e saber qual a nota que vem a seguir. Partiu tudo daí. Claro que depois tive de ter formação na viola porque o fado é uma coisa muito exigente de acompanhar.”
“Entretanto, com um grupo de amigos que já tinham um projeto comecei a trocar ideias. Dávamo-nos todos muito bem e estávamos todos sozinhos. Nem eles tinham noção do que é que eu cantava ou tocava, nem eu tinha noção de se eles realmente tocavam alguma coisa.” Foi este o ponto de partida para a criação dos Cachimbanda, um projeto de música portuguesa que teve sucesso junto do público que esteve presente nos vários concertos da banda.
“Mas o fado nasce um bocadinho depois disso nesta casa, no Diligência.” Foi na casa de fados mais antiga da cidade de Coimbra que uma amiga de Luís Travassos o incitou a cantar o que lhe valeu ser convidado a ser fadista residente, papel que desempenha há dois anos.
O seu percurso no programa da SIC.
Um dos desejos do cantor para o presente ano era participar num programa televisivo. Esse desejo tornou-se realidade quando recebeu uma chamada da Freemantle Media, a convidá-lo para participar num programa da SIC. Embora não sabendo bem o que o esperava, pegou na guitarra e foi. Depois de lá estar e tendo em conta que o formato do programa não lhe agradava, achou que não devia desistir. O “alternativo de Coimbra”, como Paulo Ventura lhe chamou, guardou até ao fim da sua participação uma informação que não podia ser revelada: “fui convidado a participar”.
Travassos contou-nos que costumava cantar na rua com músicos amigos e foi um desses momentos musicais que agradou à Freemantle Media.
Afirmando-se como uma pessoa “de raízes muito vincadas”, justifica assim o facto de não ter desistido de um programa cujo formato nada tinha a ver consigo. “Em todos os programas de televisão portugueses que eu já tinha visto as pessoas acabavam por se ir moldando ao concurso para o tentar ganhar. Eu, pelo contário, fui para ali como sou, até ao ponto de me impingirem duas músicas que me permitiram demonstrar as minhas qualidades musicais.” Orgulhoso, afirma que “nunca houve ninguém a ir ao Ídolos cantar um fado e eu cantei-o.”
Sendo ele o único concorrente que nunca tinha tido contacto televisivo, sublinha a pressão do direto que não permite falhas. “Podes estar cinco galas impecável, mas se numa das galas te cai um tripé ou algo corre mal, passas de ser a pessoa que teve um percurso muito bom para ser o concorrente cujo tripé caiu.”
Cantar em português foi uma opção própria, já que o concorrente procura um público que o entenda. “Estamos aqui numa sala em que 60% das pessoas têm mais de 50 anos. Se cantares em inglês, essas pessoas podem não entender e, para mim, é de certa forma estar a privá-las de sentirem a música.”
“Nós somos portugueses e temos de nos assumir.”
“A música em Portugal é um bocado desprezada”, avança Luís Travassos, acrescentando que as rádios com maiores audiências passam pouca música portuguesa. Isto explica-se, segundo ele, pelo facto de “as pessoas não serem educadas para conseguir ouvir um género musical e enquanto músicos devemos procurar mudar isso.”
Luis Travassos
A sua relação com a Natureza foi um tema assente durante a reportagem. Oriundo de um meio completamente natural, contou-nos que tem uma quinta onde cultiva diversos produtos biológicos. “A Natureza é uma das minhas maiores fontes de inspiração. Nós estamos numa altura da nossa vida em que o simples é o mais bonito, o que se deve ao facto de estarmos a ser formatados para dar mais importância ao dinheiro, à beleza. A Natureza é ser-se simples, descansado, é ser-se bonito, é seres tu e na música temos isso tudo. De certa forma acho que todo o músico vai buscar coisas à Natureza, porque é o que está à nossa volta.”
E depois do Ídolos?
“Depois do Ídolos é seguir carreira.” Os projetos de que nos falou foram vários: a banda Futrica, que une Fado de Coimbra a música ligeira portuguesa e de intervenção com adaptação à concertina minhota e à viola clássica; o projeto Sentidos, com Daniel Ferraz, um colega da sexta edição do Ídolos; os Cachimbanda que de momento se encontram parados; o Fado Fora de Portas, que reúne um conjunto de guitarristas que, juntamente com o cantor, fazem espetáculos por convite; por fim, o Diligência Bar que representa “o [seu] cantinho”.

Por Cátia Barbosa e Joana Veríssimo

6 comentários:

  1. Não conhecia mas gostei
    Beijinhos
    CantinhoDaSofia
    Convido-te a participar Giveaway
    Novo Giveaway

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  2. Não acompanhei muito o Luís, confesso, mas do que vi é talentoso :)
    Adorei, parabéns!

    r: Também acho que sim*

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  3. Gostei. Identifiquei-me com ele nalgumas coisas.

    Beijinhos ♥
    http://lovingmypinkbubble.blogspot.pt/

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  4. Só ao ver o teu post é que me apercebi que ainda não publiquei a reportagem no meu, ando mesmo mal amiga x)

    Orgulho no nosso trabalho :3

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