Sempre me questionei acerca da felicidade, sempre a achei tão subjetiva, tão difícil de definir e, a verdade, é que nunca encontrei uma resposta concreta para a fórmula de ser feliz.
Bem, eu acho que nós nunca somos realmente felizes, falta sempre alguma coisa ou alguém, mas nós temos sempre de arranjar um motivo que nos dê força a cada dia para encontrar a felicidade que tanto procuramos. Se eu acho que a encontramos? Nunca por completo. Talvez a principal razão para que isso aconteça seja o não sabermos dar valor. Não sabermos dar valor ao que temos que em comparação aos outros por vezes é muito!
Ultimamente não tenho tido dias muito felizes é verdade, mas acho que é a batalhar a cada dia para que a dor diminua que "a coisa" se resolve e não a deixar-mo-nos levar pela dor, pelo sofrimento ou pelo caos. Às vezes parece que o mundo vai desabar, que é o fim e que não há forma de controlar a dor que nos invade a alma e penetra o coração, mas há. Há sempre um motivo que nos faz sorrir, ou dois, três, quatro, cinco! E é aí que vamos buscar forças, ao sítio que ainda nos mantém de pé e que faz o nosso coração continuar a bater.
Todas as dores passam, todo o sofrimento abranda e no fim de uma tempestade de lágrimas, aparece sempre um arco-íris de sorrisos. Não sei quando, não sei como, não sei porquê. Mas sei que acontece. Talvez porque o querer ver as pessoas que mais gostamos felizes nos faz querer ficar bem para ajudá-las ou se calhar porque aprendemos a ser fortes com as desilusões mais duras. O verdadeiro motivo não importa, o que importa é a força, a paixão, o amor. Sim, eu ainda acredito no amor. O amor está nas coisas mais simples, como ouvir aquela música que te parte o coração mas que mesmo assim tu escutas porque amas quem a canta, chorar noites a fio por sentir que sem aquela pessoa nada será igual e que a cor virará preto e branco, ou no simples ato de escrever este texto com vista a fazer sorrir quem o vai ler. Ou não. Talvez o esteja a escrever só para mim, para eu ler daqui a uns meses, anos... Talvez para um dia voltar a sentir o que senti quando o escrevi, para recordar de como foi bom ser adolescente e passar pelos desafios bons e maus que a vida me colocou, para contar histórias aos meus filhos, falar-lhes dos sorrisos que mais iluminaram a minha vida (sim, aqueles sorrisos sinceros e profundos) ou, quem sabe, para comprovar que o vazio que eu sentia quando o escrevi ainda lá está. Sim, há vazios que nunca passam, há pessoas que não se substituem e sentimentos que nunca se apagam e, um dia, vamos todos lembrar-mo-nos destas histórias. Das músicas que ouvimos até adormecer, da música que mudou a nossa vida, da música que passava quando chorámos a receber uma má notícia, dos sorrisos que nos conquistaram ao longo de tantos anos e das vozes que nós guardámos na nossa alma. Acredito que daqui a 40 anos ainda oiça essas vozes, essas músicas e veja esses sorrisos e porquê? Porque são tudo recordações, recordações dos melhores tempos da minha vida, dos tempos em que chorei e sorri por motivos que nem eu bem entendia, e em que sonhei alto até adormecer, fazendo planos para um futuro que só eu idealizei.
É, provavelmente a felicidade é isso. É saber que daqui a uns anos vai estar tudo guardado dentro de nós, que vamos partilhar o que nós sentimos em adolescentes com pessoas que nos entendam e que agora não são capazes de o fazer. Talvez um dia este vazio tenha um bom motivo, ou talvez não... Talvez eu acorde amanhã e tudo não passe de um pesadelo e tudo o que eu vejo à minha volta volte ao normal e esta dor cesse. Mas enquanto isso não acontece há que manter a esperança, pensar positivo e agradecer a Deus por tudo o que Ele trouxe até mim, por todos os sorrisos, lágrimas, e sonhos, porque sem o sonho não há vida e eu vou ter sempre os meus cinco motivos para sonhar.
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