Estudar: opção ou obrigação?
Cátia Barbosa
terça-feira, fevereiro 20, 2018
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Estudar é a palavra que mais nos acompanha ao longo do
nosso crescimento. Quando somos adolescentes nem sempre a valorizamos, mas
quando crescemos somos os primeiros a inseri-la no vocabulário dos nossos
filhos.
A verdade é que, desde muito cedo, somos aconselhados
a estudar. Segundo os nossos pais, quanto mais estudarmos melhor será o nosso
futuro. Vamos crescendo e vamos lutando por alcançar todos os nossos objetivos.
Mas até que ponto esses são, realmente, objetivos nossos? E até que ponto a
pressão do estudo não traz consequências negativas? Todos os pais querem o
melhor para os seus filhos e os estudos estão, sem dúvida, no topo da lista de
prioridades. Alguns planeiam colocar os filhos nas melhores escolas mesmo antes
destes nascerem, o que mostra a relevância que é dada a esta questão. Mas
porque é que isto acontece?
Estudar é cada vez mais importante e é essencial
transmitir esta importância aos mais novos. No entanto, não são raros os casos
em que esta pressão causa ansiedade, nervosismo e até mesmo sofrimento. A
pressão de ter boas notas aliada ao pensamento do que será o futuro causa,
muitas vezes, ansiedade nos jovens e, consequentemente, um sofrimento que pode
ter consequências irreversíveis. Na maior parte das vezes não nos apercebemos
que o incentivo em excesso pode realmente afetar o psicológico de um jovem que
se esforça todos os dias para ter o melhor desempenho possível nos estudos.
Estudar traz benefícios mas quando atinge grandes níveis de stress pode causar
perda de peso, insónias e até mesmo depressões. Por isso, e para que este seja
um hábito saudável, é necessário estar atento a todos os sinais, o que não
impede que continuemos a motivar os jovens a estudar.
Neste sentido, a questão que se coloca é “como motivar
sem gerar demasiada pressão?”. A resposta pode ser mais simples do que
pensamos: não exigir mais do que a outra pessoa pode dar; não querer que entre
em competição com os outros, mas consigo mesmo; não obrigar a seguir o “melhor”
caminho, mas o caminho que o faz feliz. Se entendermos que somos mais eficazes
quando fazemos o que mais gostamos, vamos saber transmitir esses valores às
gerações futuras. Com a paixão e sem a pressão de “ter de fazer de determinada
forma”, os resultados serão mais positivos e o desempenho cada vez mais
produtivo.
Artigo publicado em Repórter Sombra.