A música desta semana. E de tantas outras. Que amemos sempre.
domingo, 29 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
Paulo Azevedo: «Se falharem, voltem atrás e façam outra vez»
É orador motivacional,
escritor, atleta paralímpico, treinador, apresentador de televisão e ator. Para
Paulo Azevedo, não há limite para os sonhos.
Mostrar ao mundo que
“ser diferente não é sinónimo de ser inferior” é um dos objetivos que Paulo
tenta transmitir desde o dia em que nasceu, em 1981. Estudou Jornalismo, na
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) e, posteriormente,
Representação e Cinema, na Universidade Lusíada de Lisboa (ULL). Representou
Portugal como atleta paralímpico de natação e, em 2016, conquistou o 2º lugar
na maratona de Nova York, na sua categoria. E, no Teatro –outra das suas
grandes paixões-, integra a Companhia Locumotiva.
Paulo Azevedo também
ficou conhecido no universo televisivo ao dar vida a personagens nas novelas Os
Nossos Dias (RTP), Rosa Fogo (SIC) e Sol de Inverno (SIC) e por vencer o
programa Splash (SIC). Atualmente, na televisão, Paulo é apresentador do
programa Consigo, na RTP2.
Fotografia cedida por Paulo Azevedo
O
Paulo acredita que “ser diferente não é sinónimo de ser inferior”. Alguma vez
se sentiu ou o fizeram sentir-se inferior?
Não, nunca me senti
inferior apesar de as pessoas, quando eu era pequenino, me verem ao colo da
minha mãe e me chamarem “coitadinho” e dizerem que mais valia não ter nascido.
Mas eu não me sentia inferior porque a minha família, desde muito cedo,
ensinou-me a aceitar-me como sou e a gostar de mim. Eu recarregava-me na frase
“mais valia não ter nascido”, por isso, nunca me senti inferior.
Hoje
em dia, é orador motivacional, escritor, atleta, treinador, apresentador de
televisão e ator. Na vida há sempre espaço para sonhar. Onde é que devemos ir
buscar força para continuar a lutar pelos nossos sonhos?
É uma questão um pouco
subjetiva, porque cada um tem o seu método e vais buscar forças onde se sente
melhor. Eu, por exemplo, vou buscá-las às coisas mais simples da vida: ao amor
da minha família, dos meus filhos, do meu avô, da minha mãe... Recarrego-me
muito nos falhanços. Acho que, para vencer, temos de falhar. Todos os dias. E
não me vou abaixo com os “não’s” porque acho que, no meio de tantos “não’s”,
vais ter um “sim” e esse “sim” é muito mais saboreado e muito mais forte. Então
eu recarrego-me um bocadinho naquilo que me rodeia. Nas coisas simples: no
abraço da minha avó, no beijo da minha mãe,...
Dia
17 de abril vai marcar presença num dos maiores eventos motivacionais já
realizados em Portugal. Qual a importância que isto tem para si? Porque, muitas
vezes, quando ouvimos falar de oradores motivacionais pensamos apenas no bem
que eles podem levar aos que os ouvem...
Eu acho que estes
eventos são muito importantes. São dos poucos eventos gratuitos para estudantes
a partir dos dezasseis anos. Acho que deveriam ser todos gratuitos, porque a
mensagem que é passada, apesar de serem três histórias diferentes, é a mesma: a
superação. Eu acho que vai ser um momento único.
Nós
temos que ser pessoas positivas para transmitir positividade aos outros?
Claro. As más energias
sentem-se e as boas também. E se fores uma pessoa pessimista e negativa vais
passar essa mensagem às outras pessoas, mesmo que não o estejas a dizer. Isso
sente-se.
Tem
consciência de quantas vidas já mudou por partilhar a sua história?
Assusta-me um bocado.
Às vezes as pessoas perguntam-me se eu me considero um exemplo. Não, não
considero. Porque eu apenas conto a minha história e a minha história não era
nada se não fosse a minha família e os meus amigos a formarem-me. Sozinho não
conseguia nada, por isso acho que são eles mais exemplos do que eu. Eu apenas
me limitei a usar as ferramentas que eles me puseram e acho que o nosso pior
inimigo somos nós próprios. És tu que defines as tuas barreiras e és tu que
decides se é impossível ou não.
Ou
seja, as limitações que nós temos acabam por resultar de um processo mais
psicológico do que físico...
Sim, claro. Tu é que
decides. “Ai, eu não sou capaz”, só essa simples frase faz voltar atrás. O
único conselho que eu dou às pessoas nas minhas palestras é que não vivam no “e
se”. “E se eu fosse...”, “e se eu tivesse feito...”. Não! Façam! Vão! Se falharem,
voltem atrás e façam outra vez. Nunca podemos viver na incógnita. Nunca. Não
podemos viver no “e se”, senão nunca somos felizes.
É
mais difícil lidar com estas questões quando somos crianças e as crianças à
nossa volta não compreendem ou quando somos adultos e convivemos com adultos que,
muitas vezes, são mais egoístas?
(Risos) É mais na base
dos adultos. O meu filho, por exemplo, não vê diferenças. Para o meu filho, eu
sou normal porque o amor vence todas as barreiras. Não é cliché, vence mesmo.
Para a minha mãe, sempre fui normal, e as crianças por vezes são inocentes. A
diferença é que não veem com maldade e, por vezes, os adultos veem. Os adultos
veem a diferença ainda como inferioridade. As crianças não.
Como
acabou de referir, o Paulo é pai. Tem alguma preocupação especial na educação
que transmite ao seu filho?
Nenhuma. Aliás, tenho!
Valores! A encarar a diferença como um pormenor, só... E a não julgar, a dar
oportunidades primeiro. E se ele algum dia me fizer perguntas, eu vou explicar.
Mas não faz... Ele nunca me tentou calçar, nem nada dessas coisas... Porque
sabe que eu não tenho. E sabe que eu sou apenas diferente. E, para ele, a
diferença é uma normalidade.
O
que é que, de verdade, importa na vida do Paulo?
Não desistir nunca.
“O
que de verdade importa” é
o nome de um dos maiores eventos motivacionais realizados em Portugal. Paulo
Azevedo vai marcar presença numa noite que promete transmitir boas energias a
milhares de pessoas, no Campo Pequeno, em Lisboa, a 17 de abril.
Com o
objetivo de “promover o desenvolvimento e a difusão dos valores humanos, éticos
e morais universais para o público em geral principalmente por meio do desenvolvimento
de atividades culturais”, o programa da fundação tem início às 9h30m e conta
com Joe Santos, Paulo Azevedo e Pedro García Aguado como oradores.
Publicado em Jornal MiraOnline
segunda-feira, 16 de abril de 2018
Oiçam o outro como ouvem a música: com o coração
Há dias em que recuo uns
anos na vida e volto ao tempo em que era apenas uma criança. Nessa época,
acreditava que, todos juntos, podíamos mudar o mundo. Depois cresci e perdi um
pouco da ligação com ele.
Quando nascemos, ninguém
nos diz o que vamos enfrentar até ao fim da nossa vida. E se a partir do
momento que nascemos estamos a caminhar para a morte, fazemos de tudo para que
o tempo que aqui estamos valha a pena. No entanto, são muitos os obstáculos que
se colocam no nosso caminho. Desilusões, mágoas, tristezas, dificuldades,
doenças,... São muitas as situações que mexem com o nosso íntimo e,
consequentemente, com a nossa personalidade. Posteriormente, e como forma de
encontrar o trajeto que nos leve à felicidade que tanto desejamos alcançar,
tentamos resolver-nos. Procuramos encontrar-nos na enorme imensidão do nosso
ser e, por vezes, ao tentar encontrar-nos, perdemo-nos. Perdemo-nos do mundo,
do outro, da sociedade... E perdemo-nos de tal forma que mergulhamos no egoísmo
daquilo que queremos ser. Esquecemo-nos dos que são conosco. Daqueles que
partilham a nossa casa: o planeta.
Hoje, vivemos num mundo
muito centrado em nós mesmos. Eu sou um desses casos. A luta incessante pelo
que vamos ser amanhã, pelos sonhos que queremos realizar e pelos problemas que
temos de superar faz com que nos esqueçamos dos que nos rodeiam. “Cada um tem
os seus problemas”, a frase que ouvimos tantas vezes e que é a prova concreta
do nosso egoísmo. Todos temos a nossa individualidade, é um facto. Mas não será
muito mais fácil partilhá-la com os restantes? Afinal, a casa em que vivemos é
uma pequena parcela da enorme casa em que, realmente, habitamos. E essa casa
não só é partilhada com a nossa família, como com o restantes habitantes. Essa
casa é o planeta que habitamos. E se todos dividimos esse pequeno grande espaço
não deveríamos unir-nos num espírito de entreajuda e busca da individualidade e
coletividade de cada um?
A empatia é algo que se
conquista. E é isso que nos falta. Recuperar a empatia com o outro que há muito
perdemos. E, para isso, basta-nos acreditar. Acreditar que não somos ninguém se
estivermos sozinhos. E essa solidão pode facilmente esvair-se se largarmos o
egoísmo e abraçarmos a união. “Juntos somos mais fortes”, diziam os Amor
Electro. É esse o poder da música: dizer-nos a verdade da forma que mais
facilmente chega ao nosso coração. E é essa a solução para qualquer conflito:
ouvir. Oiçam o outro como ouvem a música: com o coração.
Publicado em Repórter Sombra.
domingo, 15 de abril de 2018
sexta-feira, 6 de abril de 2018
A bondade tem limites?
A bondade define-se pela inclinação que cada um
de nós tem para praticar o bem. É certo que nem sempre conseguimos distinguir o
bem do mal, mas mesmo quando erramos a tentar fazer bem, a intenção está lá. E,
às vezes, basta existir a intenção para haver bondade.
Todos queremos – ou, pelo menos, deveríamos
querer- ser bons cidadãos e bons seres humanos. A bondade ajuda a melhorar o
mundo e, se não resolver todos os problemas, ajuda a resolver alguns. Um
coração bom é capaz de coisas incríveis e o melhor de tudo é que pode mudar
vidas. No entanto, a bondade em demasia também pode trazer desvantagens. A
verdade é que tudo tem limites… até as coisas boas. Assim, a questão que se
coloca é: qual o limite da bondade?
A resposta parece fácil mas não é. Muitos dirão
que o limite é a falta de retribuição, isto porque muitas vezes somos bons e
recebemos exatamente o oposto em troca. Outros responderão que o limite é a
sinceridade dos nossos atos. Seremos sempre genuinamente bons? Ou, algumas vezes,
somos bons porque isso nos vai fazer sentir melhor com nós mesmos? Qualquer uma
destas respostas é aceitável. Assim como muitas outras.
No entanto, penso que nunca atingimos realmente o
limite da bondade porque quando se é genuinamente bom, não dá para deixar de o
ser. Por mais que essa bondade não seja reconhecida, valorizada ou aceitada,
quando o somos porque está na nossa natureza não há limites. Podem partir-nos o
coração, podem dizer-nos que somos bons demais para um mundo tão cruel, podem
fazer-nos sentir que não vale a pena e nós podemos mesmo acreditar que “já
chega”. Mas nunca chega. Porque está na nossa constituição e o que nasce
connosco dificilmente se altera.
A bondade não tem limites. Há quem ache o mesmo
da maldade e com razão. Mas por culpa do mau, acreditamos poucas vezes que o
bom também é imparável. Mas é. E ainda bem. Que nunca deixemos de acreditar que
o bem pode vencer o mal. Porque pode. Só depende de nós próprios e da
genuinidade dos nossos sentimentos.
Publicado em Repórter Sombra.
domingo, 1 de abril de 2018
Música da Semana #106
Em dia de Páscoa, não deve faltar boa música. Aqui em casa, a Sia nunca falta. É a companhia ideal para qualquer ocasião e, esta semana, foi esta a música que mais me acompanhou.
Boa Páscoa a todos e que os únicos coelhinhos à mesa sejam de chocolate!! :)