Adoro o Calum e adoro esta música. E esta música na voz do Calum fica, simplesmente, perfeita. É daquelas músicas que parece que nasceram para a nossa voz, sabem? É incrível o arrepio que sinto sempre que oiço o Calum cantá-la. Não podia ser outra a música desta semana. Não podia não a mostrar a vocês. Oiçam e, acima de tudo, sintam.
domingo, 26 de novembro de 2017
sábado, 25 de novembro de 2017
Marcos Nogueira «É sempre bom partilhar as nossas vitórias com alguém que partilha o mesmo sonho.»
Por onde passam, partem
corações, não fossem eles os HeartBreakers.
No Factor X, programa da SIC,
ficaram conhecidos como os “segundos Anjos”, mas foi no The Voice Portugal que ganharam asas ao lado do seu mentor, Mickael
Carreira. Marcos e Rui Nogueira são irmãos e a música está-lhes no sangue.
Juntos, formam uma dupla que precisa da música para viver.
Marcos Nogueira vive,
ao lado do irmão, o sonho da música. A mãe é professora de música, o que
contribuiu para que este “bichinho” só fosse crescendo ainda mais. Os Festivais
da Canção deram-lhes experiência, e os concursos televisivos, visibilidade.
Nesta entrevista, Marcos fala-nos do sonho da música e do caminho que os HeartBreakers têm vindo a traçar.
Fotografia: Carlos Carvalho
És
mais HeartBreaker desde que participaste no The
Voice?
(Risos) Claro que não.
Acho que o The Voice, neste sentido,
veio mostrar que cada vez mais temos trabalhado e, acima de tudo, nunca
desistimos de lutar.
O
que é que o programa te trouxe quer a nível profissional quer pessoal?
O nosso principal
objetivo em participar no The Voice
Portugal foi tentar mostrar ao público português todo trabalho e evolução
que temos tido, sozinhos, ao longo dos anos e, ao mesmo tempo, o quanto
queremos aprender cada vez mais! Este tipo de programas ajudam-nos sempre a
evoluir enquanto pessoas e profissionais, pois exigem um esforço e dedicação
acrescido da nossa parte para tentar superar todos os desafios que nos vão
surgindo. Temos excelentes profissionais que nos acompanham e nos ajudam e é
muito gratificante trabalhar ao lado deles. Vemos esta oportunidade como uma
ajuda para lançar a nossa carreira como cantores e músicos e também na
esperança de alguém nos “ajudar” nesta caminhada para a qual tanto trabalhamos
e que é o nosso sonho, a nossa vida!
É
mais fácil participar com um irmão do que sozinho?
São situações muito
distintas. Desde sempre que tenho participado com o meu irmão neste tipo de
programas pois sinto-me bem e mais seguro com ele ao meu lado. Nunca fui
sozinho mas, por enquanto, não vejo necessidade de tentar.
O
facto de terem uma mãe professora de música contribuiu para este bichinho?
Claro! Podemos dizer
que a música está no sangue. Ela sempre foi um pilar base no nosso progresso e
evolução.
O
The Voice foi a vossa mais recente
aparição televisiva. No entanto, desde 2002 que participam em vários festivais.
Que prémios já conquistaram?
Sim, antes das nossas
aparições em televisão, já cantávamos e participávamos em vários festivais da
canção. Em 2002, foi a nossa primeira participação no “III Festival da Canção
de Terras de Bouro”, organizado pelo Município de Terras de Bouro, onde
ganhámos o prémio de melhor Música/Canção (Escalão Infantil). Em 2003, nova
participação e novamente prémio de melhor Música e Letra (Escalão Infantil) no
“IV Festival da Canção de Terras de Bouro”, organizado pelo Município de Terras
de Bouro. Em 2004 e 2005, também consecutiva participação no festival da
canção. E em 2011, fomos participantes na fase distrital final do concurso
“Canta Comigo”, em Braga, promovido pela TVI.
E
sabe melhor essas vitórias serem partilhadas com o teu irmão?
É sempre bom partilhar
as nossas vitórias com alguém que partilha o mesmo sonho. E sendo o meu irmão
melhor ainda.
Rui
e Marcos ao lado do mentor, Mickael Carreira
Regressando
ao universo televisivo, em 2013 foram participantes da primeira edição do Factor X. Em que é que isso vos ajudou a
regressar à televisão e a continuar a perseguir o vosso sonho?
Foi
no Factor X (1ª edição) que começámos
o nosso percurso juntos no mundo da música, ainda éramos um pouco inexperientes
quando decidimos embarcar nesta aventura. Foi uma experiência muito
gratificante, aprendemos muito e foi a base da nossa caminhada até aos dias de
hoje. Ficámos conhecidos como os segundos “Anjos”, grupo musical composto pelo
Sérgio e Nelson Rosado. Ficámos muito contentes pois, para nós, eles são um
modelo a seguir! Não queremos ser uma cópia, mas sim um reflexo do que eles
construíram juntos. Gostávamos muito que eles um dia nos pudessem apadrinhar para,
quem sabe, sermos a sua segunda geração.
Como
foi participar num dos concertos do Mickael Carreira?
Foi uma experiência
única que jamais pensámos ter, tão cedo, na nossa jovem carreira. Pisar o palco
de uma das maiores salas do país, e com lotação esgotada, foi qualquer coisa de
fenomenal! Foi uma descarga de adrenalina enorme e, acima de tudo, o realizar
de um sonho. Partilhar estes momentos com pessoas incríveis como os nossos
colegas, e com o público que sempre nos apoiou, é indescritível! Agradecemos do
fundo do coração ao nosso mentor do The
Voice (Mickael Carreira) por ter confiado em nós e nos ter dado um
oportunidade como esta. Um momento que iremos recordar para o resto da nossa
vida.
Que
conselho é que ele, enquanto mentor, vos deu que pretendem guardar pelo vosso
percurso fora?
Acima de tudo, nunca
desistir daquilo que realmente nos faz sentir vivos: a música!
E,
atualmente, por onde é que vocês andam a partir corações? Onde é que vos
podemos encontrar?
Temos atuado em
desfiles de moda no distrito de Braga, porém, de momento, temos estado um pouco
parados no que toca a concertos, pois estamos a trabalhar nos nossos originais.
Terminada esta entrevista resta-me agradecer ao Marcos por toda a disponibilidade e, acima de tudo, por ter aceitado o meu convite.
domingo, 19 de novembro de 2017
Música da Semana #96
Daquelas músicas que explode com a minha sensibilidade. É simplesmente tocante e, sobretudo, apaixonante.
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
«Jacaré», de Cláudio Torres Gonzaga
A peça "Jacaré", de Cláudio Torres Gonzaga, estreia já amanhã, no Teatro Armando Cortez, em Lisboa. Como forma de vos aguçar o apetite, deixo-vos aqui um pequeno vídeo promocional, com o António Raminhos e a Abbadhia Vieira, sobre a peça.
terça-feira, 14 de novembro de 2017
«Jacaré»: a peça que junta Brasil e Portugal num só palco
Se
pensarmos em subir a uma árvore para fugirmos de um jacaré parece-nos uma
situação caricata e impossível. No entanto, na peça de Cláudio Torres Gonzaga,
não há situações impossíveis.
Em
“Jacaré”, um guia turístico e uma turista ficam presos no cimo de uma árvore
quando tentam escapar da perseguição de um jacaré. Depois de muitos momentos
tensos e divertidos chegam à conclusão de que só um poderá sair dali com vida.
Mas quem?
Os
atores são o humorista António Raminhos e a atriz Abbadhia Vieira, que nos vão
falar um pouco acerca da peça.
A peça “Jacaré” estreia no próximo
dia 16 de Novembro. O que é que nos podem dizer sobre ela?
Abbadhia: Primeiro, é um processo ricamente cultural, porque a
peça original é uma peça totalmente em português brasileiro e essa adaptação
para o português de Portugal foi muito curiosa, porque havia palavras que nós
não conhecíamos. Eu não conhecia algumas expressões aqui de Portugal e o
Raminhos não conhecia algumas palavras que estavam no texto, então, foi muito
rico nesse aspeto. Depois, embora seja uma comédia, tratamos questões muito
delicadas nesta peça como o valor da vida, quando estamos em perigo e quanto
vale a vida de um ser humano.
Raminhos: A peça é sobre um guia turístico e uma cliente que,
por acaso, enfrentam uma situação normalíssima, que consiste em ficarem os dois
presos em cima de uma árvore, porque lá em baixo está um jacaré e eles não
conseguem fugir. A peça acaba por ser quase uma luta entre duas pessoas para
perceberem como é que eles podem sair os dois com vida dali. Portanto, é uma
comédia ligeira que faz muito mais pensar sobre as decisões que temos de tomar
na vida.
Pegando um pouco pelo facto de esta
peça unir Brasil com Portugal, como é que surgiu a ideia de juntar a Abbadhia e
o Raminhos?
Abbadhia: Nós temos em comum o autor e diretor da peça, Cláudio
Torres Gonzaga, que, quando soube que eu estava a caminho de Portugal, me
indicou o nome do Raminhos. Eu não conhecia o Raminhos e, quando cheguei a
Portugal, apresentei-me e nós fizemos a leitura, conversámos e chegámos à
conclusão de que era possível realizarmos esta peça aqui em Portugal. E faz
parte dos nossos planos levá-la também ao Brasil.
Raminhos: A Abbadhia veio viver cá para Portugal e o Cláudio
Gonzaga, há uns tempos, convidou-me. E eu como tenho aquela atração pelo abismo
disse-lhe que sim. Ainda nem sequer tinha lido a peça e já estava a dizer
“bora, vamos fazer”. Geralmente, eu tenho esta atração pelo abismo de fazer
coisas que não estou habituado a fazer nem que seja para poder dizer “olha,
pelo menos isto já fiz”.
Mas, geralmente, tem corrido sempre
bem...
Raminhos: Sim, mas há sempre uma primeira vez para tudo! O meu
maior medo é, obviamente, esquecer-me de falas ou de deixas. Até porque, eu
tenho bem presente que a única peça de teatro que eu fiz foi quando andava no
sexto ano. Eu fazia muitas peças e, então, há uma em que há uma fala que era de
um ator e que passou para mim e eu só tinha de dizer “desde aqui da cidade do
Olimpo, só vemos Barcelona” e eu disse “desde aqui da cidade do Olimpo só vemos
Bruxelas” (risos).
O Raminhos está, pela primeira vez, a
fazer teatro. Como se está a sair? (risos)
Raminhos: É horrível (risos). Horrível mas não é no mau
sentido! O processo em si é gratificante, ou seja, estarmos a ensaiar e vermos
as coisas a ganhar forma. No entanto, fazer as coisas muito bem e aprender a
fazer as coisas, é horrível nesse sentido, porque é muito exigente. E, para
além disso, eu continuo na rádio, tenho os espetáculos, tenho os eventos, tenho
que ensaiar, tenho que aturar três miúdas em casa... (risos) Portanto, tudo
isto faz puxar muito mais. Mas tem sido muito engraçado ver aquilo que no
início são palavras em folhas ganhar forma.
E o facto de ser uma peça onde o
humor está incluído não acaba por, também, facilitar um pouco as coisas?
Raminhos: Mais ou menos. Já tive peças que são misturas de
stand up com teatro, mas aí eu tenho muito mais liberdade para improvisar.
Agora, aqui, trata-se de uma peça de teatro escrita por um autor, neste caso,
pelo Cláudio Torres Gonzaga, e ao ser uma peça escrita obriga a que esse
improviso não possa ser assim tão grande. Eu tenho de dizer as coisas de
determinada forma e com uma determinada intenção, o que acaba por não facilitar
muito. Basicamente, eu estou cheio de medo (risos).
Para a Abbadhia, é fácil trabalhar
com alguém com um sentido de humor tão apurado? Na medida em que a própria
Abbadhia também está relacionada ao humor...
Abbadhia: Sim, sim. É um processo onde a cada ensaio a gente
acrescenta alguma coisa de distinto que vai colaborar com a peça no sentido do
humor. A dificuldade maior é que o Raminhos é uma pessoa acostumada a estar
sozinha no palco. Então o processo mais delicado de adaptação foi fazer com que
duas pessoas de humor que estão acostumadas com o humor solo, se adaptem agora
a uma coisa de dueto e não um monólogo, que é uma coisa mais solo. Esse é o
desafio, mas um desafio bom.
O Raminhos está habituado a atuar
sozinho e agora tem de dividir o palco com outra pessoa. É complicado fazer
essa divisão?
Raminhos: Não. Só é complicado mesmo nessa parte de termos de
dar as deixas. Essa parte poderá, eventualmente, ser mais complicada. Mas nós
damo-nos bem, criámos uma química engraçada, a Abbadhia é divertida, então,
divertimo-nos bastante.
Voltando um pouco atrás, uma das
coisas que a Abbadhia mencionou foi exatamente o facto de haver uma união entre
Portugal e Brasil e de, no ensaio, haver uma dificuldade com a questão das
palavras. Também sentiu essa dificuldade?
Raminhos: Nós temos mais facilidade porque vemos muitas novelas
brasileiras, não é? Eu li a peça e falei com o Cláudio e disse que havia muitas
coisas para alterar para o português de Portugal, porque não iam fazer sentido
ou nós nem sequer usamos essas expressões. E, ao mesmo tempo, é muito engraçado
porque às vezes eu estou a falar com a Abbadhia, fora dos ensaios, e parece que
estou a falar com as minhas filhas porque de 30 em 30 segundos eu tenho de lhe
estar a explicar o que é que lhe estou a querer dizer, porque há palavras que
ela não percebe. Claro que eu lhe ensinei todas as asneiras possíveis e
imaginárias (risos).
E, em média, quanto tempo demora uma
peça destas a ser devidamente preparada e ensaiada?
Abbadhia: Eu cheguei aqui em Abril e estamos a ensair desde
Maio/Junho. Tivemos alguns intervalos porque eu viajei, ele tinha as atividades
dele mas, efetivamente, a gente está há três/quatro meses se preparando para
isso porque, tanto ele quanto eu, temos outras atividades.
Porque é que as pessoas têm de ir ao
teatro ver esta peça?
Abbadhia: Eu aposto 100%, no mínimo, pela curiosidade de ver um
português e uma brasileira disputando o palco. Mas, para além disso, é uma
experiência quase reflexiva porque vai fazer pensar. O cenário é diferente ao
que as pessoas estão acostumadas, a situação não é uma situação comum, por
isso, é uma experiência quase sensorial. Aí, somamos a estreia do Raminhos no
teatro, uma brasileira que está cá há pouco tempo se acostumando com os
sotaques, além de ser um espetáculo muito divertido.
Raminhos: Primeiro, porque é uma produção luso-brasileira muito
simples e muito divertida. E, para quem gosta de mim ou tenha curiosidade, é a
minha estreia no teatro. Espero que possa matar essa curiosidade nem que seja
para me ver espalhar ao comprido (risos).
“Jacaré” é o nome da peça do
conhecido humorista, Cláudio Torres Gonzaga, e tem estreia marcada para dia 16
de Novembro, no Teatro Armando Cortez, em Lisboa.
Por Cátia Sofia Barbosa in Miraonline.
domingo, 12 de novembro de 2017
Música da Semana #95
Na minha opinião, não há nada que transmita mais sentimento que o som. Sou uma apaixonada por som e, principalmente, se, com ele, vier uma mensagem tão forte como esta. Sempre adorei a voz da Alessia que, para além de doce, não é a típica voz de "diva" que toda a gente procura. É simples e é a prova de que o simples pode ser tão ou mais apaixonante que tudo o resto. Confesso que sempre que oiço esta música, oiço-a com todo o meu coração. É das mensagens mais bonitas que podem ser transmitidas. E se os artistas são, muitas vezes, vistos como um exemplo, então que o usem para fazer coisas bonitas como estas. Porque elas podem, de facto, mudar vidas. E tenho a certeza que esta música já mudou muitas. Well done, Alessia!
domingo, 5 de novembro de 2017
Música da Semana #94
Admito que a Sia é, sem sombra de dúvida, a minha artista favorita. Tem um talento incrível, uma voz linda e uma performance extraordinária. Esta é mais uma daquelas músicas que não me canso de ouvir. E é tão perfeita para uma tarde de Domingo!
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Alfredo Costa: «Gosto de experimentar tudo o que sei que me aprofunda e alarga a existência»
O primeiro som que ouviu foi Amália Rodrigues. A música sempre esteve
presente na sua vida de uma forma ou de outra, mas foi no ensino secundário que
percebeu que era isso que queria fazer para o resto da vida.
Alfredo Costa nasceu em
Cabo Verde, mas veio para Portugal aos sete anos. Amante das palavras e da
Arte, Alfredo afirma que “musicar as palavras é um desafio de estética muito
interessante”. Assim, em 2015 decide mostrar a Portugal o seu talento através
do programa The Voice Portugal. Fez
parte da equipa de Marisa Liz e garante que o programa o ajudou a evoluir na
forma de fazer música.
“A minha vida é a palavra e a música que consigo fazer
com ela”. Se a tua vida fosse um género musical, qual seria?
Seriam tantas quantos estados de espírito existem. Se estiver
a jantar ou a ter uma conversa, Jazz. Se estiver a jogar futebol ou PS,
rock/metal. Se estiver a escrever, o silêncio serve-me bem. Se estiver a ler
sobre política, qualquer malha do Kusturica.
Em que altura surgiu esta paixão?
O primeiro som que me lembro de ouvir foi Amália.
Habituei-me à presença da música ainda antes de a ouvir conscientemente.
Acredito que essa presença acabou por cultivar essa paixão em mim. Acabei por
dar por mim a cantar, sempre escondido, sempre com vergonha que a minha mãe
(que cantava deliciosamente o seu fado) ouvisse. O momento exato em que essa
paixão acordou definitivamente terá sido algures no secundário, quando tive de
cantar, pela primeira vez, para um público: os meus colegas de Teatro. A
expressão na cara deles disse-me tudo o que eu precisava de saber acerca do
iria fazer para o resto da vida.
Sei que escreves poesia desde os treze anos. Achas que uma
paixão acabou por influenciar a outra?
Surgiu quando me apaixonei a sério, pela primeira vez. A
palavra escrita ajuda muito, quando a boca treme perante quem se ama. Mas a
música, quando apareceu, ajudou-me a escrever melhor. Musicar as palavras é um
desafio de estética muito interessante.
Já fizeste inúmeras coisas na área da música, da comunicação
e da arte. És daquelas pessoas que não consegue estar parado?
Sou um apaixonado pelas palavras, pelo teatro, pela música e pelo poder
construtivo de uma conversa. Tudo isto acaba por me levar a explorar várias
artes. Gosto de experimentar tudo o que sei que me aprofunda e alarga a
existência. Viver é, para mim, isso mesmo. Afrontar as fronteiras, nutrir e
cultivar a arte que temos dentro. E é quando sais da zona de conforto que
aprendes verdadeiramente e evoluis não só como profissional ou artista, mas
essencialmente como pessoa.
Lutar e fazer: tem sido isso que te
tem permitido continuar a lutar pelos teus sonhos?
Acreditar, fazendo. Lutar e resistir, quando as circunstâncias
te puxam o tapete. A resiliência é o que distingue o capricho, da paixão.
Cultivar o sonho. Criar. E nunca esquecer que “a sorte é um feliz encontro
entre o talento e a oportunidade”.
Na
imagem: Alfredo Costa e Luís Sequeira
“O mundo dos grandes continua a chamá-los, mas eles não
atendem”. Como manter os pés bem assentes na terra num mundo tão conturbado?
Por mais que o mundo desabe e que isso até te possa
mudar, de alguma forma (e muda, inevitavelmente), o importante é que essa
mudança seja no sentido da aprendizagem, não da (des)evolução. Ou se ganha, ou
se aprende. É essencial lembrar os princípios, a sensibilidade e o bom senso
com que os nossos pais nos moldaram o caráter. E ainda que olhemos tempo demais
para o abismo e que ele nos devolva o olhar, a memória do que éramos antes é a
derradeira salvaguarda do nosso equilíbrio. Os amigos e a família também
ajudam.
Em 2015 foste finalista do The Voice Portugal. O que recordas
desta experiência?
Maravilhoso. Primeiro a incredulidade. Depois a realidade. Entretanto a
magia da concretização. A adrenalina de cantar em direto para quase 2 milhões
de pessoas. O coração da Marisa. O carinho da produção. O carinho das pessoas,
na rua. E uma mão cheia de bons amigos com a mesma paixão do que eu.
O que é que mudou desde então?
Talvez tenha evoluído na forma de fazer música. Não era um amador quando
fui para o programa. Tinha cerca de 10 anos de música, estrada e palcos:
lembro-me que meses antes tinha tocado para 20 mil pessoas. Porém, acredito que
as conversas que tive com a Marisa, as interacções que partilhei com outros
artistas, as pessoas que conheci, tudo isso ajudou-me a ganhar alguma coisa
que, quero acreditar, me tornou melhor no que faço.
O que nos podes dizer sobre os Skills and the Bunny Crew?
Para já, nada. As coisas vão acontecer. No tempo certo.
Para quando o álbum a solo?
Comecei, pela primeira vez desde que tenho a banda, a tratar do meu
projeto a solo. Senti que estava na hora. Está a dar-me pica que eu imaginava.
Mas é algo para acontecer apenas depois da banda estar lançada. Cada coisa a
seu tempo. Primeiro a banda. Depois eu.
Terminada esta
entrevista, resta-nos agradecer ao Alfredo por toda a sua disponibilidade e
atenção e, acima de tudo, por ter aceitado o nosso convite.